Escrito por Abdon Murad*

 

O movimento dos médicos do Brasil pela implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, CBHPM, está mexendo com os planos de saúde, com os corações e o brio de cada um de nós. Empolgante, contagiante, coeso e determinado, o movimento médico foi, gradativamente, tomando forma e mostrando que o médico deste País passou a ter a perfeita consciência do seu direito, como profissional e como gente.

Há 22 anos fazendo política médica, nunca vi nada igual. Duvido que algum colega tenha visto médicos tão determinados a lutar por causas extremamente nobres, como remuneração profissional digna e um melhor atendimento aos usuários dos planos de saúde, pacientes em potencial. Saímos de um grande período de letargia, onde, como que adormecidos, aceitamos as imposições de grupos que nos exploraram até a última gota.

Tentávamos, debalde, vitórias isoladas e separatistas entre nós mesmos. Fizemos, por muito tempo, o jogo dos nossos detratores e, assim, chegamos ao fundo do poço e, muitos de nós, acreditavam que dessa profundeza não mais sairíamos. Chegamos a depor nossas armas e nos entregarmos à própria sorte, ou azar. Acordamos! Movidos por profundo sentimento de indignação contra os que nos impuseram uma remuneração aviltante, desrespeitosa e estagnada ao longo de doze anos, nós, médicos empunhamos a bandeira da redenção.

De norte a sul deste País, os médicos só falam e pensam na melhor forma de conseguir implantar a CBHPM. As ações de todas as entidades médicas nacionais envolvidas na luta convergiram para este que é o objetivo número um de nossa classe. Conscientizamos-nos de que somos, realmente, profissionais insubstituíveis e tomamos ciência do potencial que temos quando lutamos pelos mesmos ideais, agindo em conjunto e irmanados.

A senha deste movimento médico é: vencer ou vencer. Não existe, dignamente, outro caminho para os médicos. Chegamos a um ponto em que, retroceder, é atestar que não sabemos lutar e, pior, de que não sabemos o que queremos.

“Não podemos correr com a sela”, como diz o povo humilde do nordeste. Digo isto porque a guerra, ainda, não está ganha. Temos vencido batalhas, é verdade, mas, ainda temos um grande caminho a percorrer. Os planos de saúde estão organizados contra nós, como sempre estiveram. São treinados para combater iniciativas como a nossa. São frios, calculistas e por isso insensíveis, até mesmo cruéis, frente à perspectiva de diminuírem seus lucros.

A verdade é que temos a obrigação de ganharmos esta parada! Somos nós, ou são os planos de saúde. Essas empresas levaram a reivindicação ética e legal de nossa classe a este nível. Não vai haver meio termo. Algum lado vai ter que perder esta guerra em que estamos metidos até o pescoço.

Perder, para os planos de saúde significa diminuir lucros, deixar de escravizar nossa classe e, sentar à mesa conosco, de agora em diante, para que sejam reajustados, periodicamente, nossos honorários. Enfim, passar a respeitar as regras do relacionamento sadio que deve existir entre contratantes e contratados.

Para nós médicos, perder significa a desmoralização do maior e mais consistente movimento de nossa classe além de que, por muito tempo, não poderíamos reivindicar nada a nosso favor, até mesmo, por não acreditarmos mais que é possível vencer. Significa fatiar a classe médica, num salve-se quem puder, pior do que estávamos, situação ideal para os planos de saúde. Perder esta guerra a que fomos levados a participar, representará a desmoralização das entidades Médicas, principalmente do Conselho Federal de Medicina, CFM, dos Conselhos Regionais de Medicina, da Associação Médica Brasileira, AMB, e da Federação Nacional dos Médicos, Fenam, que apostaram todas as suas fichas na concretização da CBHPM e fizeram dela o passaporte para assegurar a dignidade profissional dos médicos do Brasil.

 

* Abdon Murad é conselheiro federal e presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Maranhão (CRM-MA). 


* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


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