Escrito por Roberto Luiz d´Avila, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM)
Deixou-nos preocupados o anúncio de arrocho nas contas públicas feito no início de fevereiro pelo governo federal. Nossa inquietação não decorre de contrariedade frente às opções da equipe econômica para impedir que o fantasma da inflação volte a pairar sobre a sociedade. Somos a favor da austeridade e do gasto racional do erário público.
Nesse contexto, urge ser aprovada a regulamentação da Emenda Constitucional 29 – pauta antiga do movimento médico nacional –, que assegurará o mínimo necessário para que o brasileiro tenha a saúde a que tem direito e merece. O novo Congresso Nacional, empossado também em fevereiro, assume com a responsabilidade de deixar no passado o subfinanciamento do setor, livrando-o de sua crônica falta de recursos e das tesouradas federais.
Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra a insatisfação com a falta de médicos e a demora para se conseguir atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Mas concordamos ser impossível resolver os problemas do presente e projetar novas soluções para o futuro sob a ameaça de navalha orçamentária. Esta é uma fatura emitida pela população e pelos médicos, e esperamos que os governantes e os gestores consigam saldar mais este desafio.
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