Escrito por Greyce Lousana*   

  

Que o Brasil passa por um momento caótico na área da saúde todos sabem. Os pensamentos de uma reforma nesse sistema vêm se arrastando através de décadas e tiveram papel preponderante no desenvolvimento de novas ideias, porém cada qual com um tipo diferente de interesse e uma visão distorcida da realidade. Daí o caos instaurado!  

Polêmica pela importação de médicos, baixa remuneração dos profissionais brasileiros, precariedade no atendimento da rede pública de saúde, fechamento de planos de saúde, falta de tratamento ou cura para diversas doenças são apenas alguns dos fatores que tornam o cenário médico brasileiro um verdadeiro pandemônio. Outras questões relevantes estão envolvidas e carecem de resposta e reflexão por parte das autoridades.  

A falta de acesso à saúde no país não se deve somente à insuficiência de médicos ou às instalações sofríveis do SUS, mas também aos altos preços dos remédios. A universalização dos medicamentos, através da quebra de patentes seria uma forte aliada à baixa dos preços das drogas patenteadas no exterior.  Mas é preciso investimento e incentivos à pesquisa científica e à inovação tecnológica para a descoberta de novos fármacos ou quebra de patentes, a fim de que o país deixe de depender da indústria farmacêutica multinacional. Tão importante quanto quebrar as patentes é gerar patentes nacionais. Mas isso é de interesse político?  

O Brasil poderia ser um polo de pesquisas clínicas devido à sua riqueza e variedade étnica, porém está perdendo a competitividade no cenário mundial. Um dos fatores é a demora na aprovação de projetos de pesquisas, resultado da burocracia, uma doença nacional. Deficiência na comunicação entre pesquisadores e órgãos regulatórios e falta de dados concretos que espelhem a nossa realidade também contribuem para a debilidade do setor.  

No FOCEP/Brasil (Fórum Permanente dos Comitês de Ética e Profissionais em Pesquisa), realizado na Câmara Municipal em São Paulo, dentre outros assuntos relevantes, foi amplamente discutido o recurso tecnológico disponibilizado pelo Ministério da Saúde, que custou a bagatela de R$ 6 milhões e deixa muito a desejar. A Plataforma Brasil, base nacional e unificada de registros de pesquisas envolvendo seres humanos é uma ferramenta que tem trazido mais problemas e embargos do que soluções, colaborando mais ainda para a falácia do setor.  Para piorar o diagnóstico, entre outros pontos críticos, temos ainda a necessidade de aprimoramento na formação dos pesquisadores e equipes, a falta de estrutura compatível com as normativas e a carência de centros para estudos pré-clínicos, o que faz com que tenhamos comprometimento das pesquisas feitas no país. As PDPs que estão sendo incentivadas pelo governo, certamente não terão sucesso se instâncias como a ANVISA e o Sistema CEP/CONEP não atuarem de forma mais efetiva. Infelizmente, isso nem sempre é do conhecimento da população que sente o problema da saúde apenas na ponta, quando depara com a falta de serviços e tratamentos adequados com relação ao tempo e qualidade.  

Todos esses fatores aliados à corrupção ativa, à péssima gestão, à má vontade política, aos desvios de verbas e aos interesses pessoais de nossos governantes que precedem os interesses da nação, corroboram para a agonia da saúde dos brasileiros e para o sofrimento profissional da medicina no país.

Enquanto são abastecidos com estratosféricos impostos que a população paga ao governo federal, os cofres públicos são saqueados constantemente para cobrir absurdos éticos e morais como a “farra do caviar” em detrimento da população, da qual é ceifado seu mais precioso bem: a saúde.  

 

* É presidente executiva da Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica (SBPPC).

  

     

* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).

 

 * Os textos para esta seção devem ser enviados para o e-mail imprensa@portalmedico.org.br, acompanhados de uma foto em pose formal, breve currículo do autor com seus dados de contato. Os artigos devem conter de 3000 a 5000 caracteres com espaço e título com, no máximo, 60.

 

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