Escrito por Reginaldo de Albuquerque*

A utilização cada vez mais ampla da Internet como fonte de informação em saúde, tanto para médicos como para pacientes, vem apresentando um crescimento vertiginoso e mais expressivo nas estratégias de divulgação do conhecimento médico.

Informação nem sempre é conhecimento. Conhecimento é a informação trabalhada, analisada e criticada. Outro problema é como transferir o conhecimento para a prática do dia-a-dia. O que é publicado na mídia científica ou visto nos noticiários, na maioria das vezes, não têm aplicação imediata nos consultórios médicos. Por diversas ocasiões são estudos experimentais, ainda sem validação clínica ou mesmo materiais de divulgação de empresas produtoras de medicamentos. Na área de saúde, a explosão da informação é de tal ordem que ela dobra a cada três anos. Além disso, existem outras pressões sobre os profissionais de saúde, como por exemplo:

• Mais de 1.000 novas drogas são lançadas por ano.

• 250 mil novos artigos científicos/ano são publicados. • Existem hoje 2.160 exames de laboratório que podem ser solicitados e que precisam ser corretamente interpretados.

• A pressão por redução de custo é cada vez mais intensa. • As diretrizes, os consensos e as posições das sociedades científicas que devem ser seguidas apresentam mudanças e atualizações freqüentes.

• As exigências de padrões mínimos de qualidade a serem atingidos na atividade médica se tornam cada vez mais rígidas.

• A Internet com veículo de educação ou deseducação da população.

É preciso lembrar que a prática médica é complexa e não depende só da informação e do conhecimento, mas também da capacidade de julgamento do médico e da sua habilidade de interagir com o paciente. “A prática é a ciência tocada com emoção” – Stephan Piaget, 1909). A verdadeira “sabedoria médica” é a capacidade de compreender um problema clínico, não em relação a um órgão mas, sim em relação ao ser humano como um todo.

A nova abordagem médica deve utilizar todos os recursos atuais que a informática proporciona, de modo a tornar os pacientes cada vez mais responsáveis pelos cuidados com a sua saúde. O antigo conceito do médico como o “comandante supremo” da conduta terapêutica vem, progressivamente, perdendo terreno para o conceito mais moderno segundo o qual a participação ativa do paciente no processo de escolha das opções terapêuticas disponíveis é cada vez mais importante. Não é por outra razão, que as revistas leigas em todos os países abordam nas suas edições semanais cada vez mais assuntos de saúde.

O problema que surge diante desta pletora de informações, tanto para os profissionais como para o público em geral, é como reconhecer a informação confiável e qual a relevância que tem dentro do contexto da patologia que está sendo estudada. Neste sentido, a mais importante biblioteca médica americana, a National Library of Medicine, divulgou no seu site uma série de “dicas” para que as pessoas possam mais facilmente reconhecer na Internet a confiabilidade dos sites de saúde. O material pode ser encontrado no seguinte link: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/webeval/webeval_start.html.

Na verdade, é um tutorial que abre com uma importante frase: “procurar informação sobre saúde na Internet é como fazer uma caça ao tesouro: poderemos encontrar maravilhosas jóias ou terminarmos em lugares estranhos ou perigosos”. De uma forma bastante didática e extremamente simples, o site do National Library of Medicine apresenta uma comparação entre dois sites fictícios, ambos prometendo ajuda e informação para pacientes com altos níveis de colesterol, mostrando quais os pontos que o leitor deve considerar ao avaliar a confiabilidade do site. É cada vez mais comum a existência de sites que vendem promessas e produtos que curam qualquer doença, sem a menor preocupação com a verdade científica. Portanto, reconhecer um site confiável e poder avaliá-lo com critérios objetivos de qualidade de informação é uma necessidade imperiosa para qualquer usuário de Internet que procure informações sobre saúde. O link prossegue ensinando como verificar se um site é confiável e finaliza sugerindo as seguintes precauções:

• Quem ou qual é a organização responsável pela informação.

• Como se pode contactá-los via Internet ou por telefone.

• De onde vêm os recursos para a manutenção do site.

• De onde vêm as informações que são veiculadas no site.

• Como o conteúdo é selecionado.

• A informação é revisada e aprovada por especialistas identificados.

• O site está atualizado e as informações devidamente referenciadas.

• O site evita divulgação de material essencialmente promocional ou que não tenha credibilidade.

• O site pede suas informações pessoais e explica como pretende utilizá-las.

• Você tem confiança que essas informações serão utilizadas de forma adequada.

O site da Sociedade Brasileira de Diabetes (www.diabetes.org.br) iniciou, há cerca de dois anos, uma reformulação total em termos de incrementar seu conteúdo de informações relevantes, tanto para profissionais de saúde como para o público leigo. O resultado tem sido extremamente gratificante: nos últimos dois anos, a procura pelo site passou de 500 visitas/dia para 5.000 visitas/dia. No mesmo período, o número de páginas lidas aumentou de 1.500 para 5.000 páginas lidas por dia e o número de cliques atingiu 500.000 por mês.

Concluindo, é importante salientar que a Internet é um valioso recurso de informação sobre assuntos de saúde, porém, o usuário de Internet deve saber reconhecer os sites que realmente se caracterizam pela credibilidade de suas informações e diferenciá-los daqueles que se constituem em exemplos lastimáveis de desinformação.

Saiba mais em http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/webeval/webeval_start.htm…

* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


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