Escrito por Antonio Carlos Palandri Chagas*



No último domingo de setembro, o planeta comemorou o Dia Mundial do Coração, esse importante órgão que anda sendo muito mal tratado por nós brasileiros. Cerca de 30% de todas as mortes que ocorrem hoje no Brasil têm como causa os problemas cardiovasculares. A situação é tão grave que a Organização Mundial da Saúde prevê que em 2.040, o Brasil será o país com o maior número de mortes provocadas pelas doenças do coração no mundo inteiro.

É preciso que haja cada vez mais uma maior conscientização sobre os fatores de risco que levam ao infarto do miocárdio. Todos precisam saber que o cigarro aumenta em até 200% o risco de uma pessoa ter um evento cardiovascular. É um mal que atinge não só o fumante, mas quem está ao seu lado, cônjuge, filhos, amigos – os fumantes passivos.

A obesidade eleva em 62% as chances de um ataque do coração e o Brasil já vive uma epidemia, que já deveria ser tratada como tal. A prevenção da obesidade passa pela importância de termos hábitos saudáveis de alimentação, como ingerir frutas, verduras e legumes com regularidade, e a atividade física. Exercícios praticados no mínimo três vezes por semana e por 30 minutos.

A hipertensão, que atinge um em cada quatro brasileiros, é uma doença silenciosa, que prejudica o coração e precisa ser tratada. Entre os homens dos 20 aos 39 anos, a hipertensão já é diagnosticada em 39% dos brasileiros. Medir a pressão regularmente a cada seis meses é uma atitude que deve fazer parte dos hábitos das pessoas. Se houver alteração, é necessário procurar um médico. O mesmo deve ser feito com o colesterol e o triglicérides, gorduras importantes do sangue, mas que se não forem controladas podem obstruir uma artéria coronária e provocar um infarto.

Outro fator de risco para o coração é o diabetes, que muitas vezes é hereditário, mas que pode ser adiado com alimentação saudável e pratica de atividade física. O estresse se associa a outros fatores de risco e pode também ser muito perigoso. Atividades de relaxamento e evitar o problema, como sair do escritório mais tarde para não enfrentar congestionamentos, podem significar mudanças pequenas, mas com grandes resultados.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia tem feito a sua parte em promover ações de conscientização por todo o país em datas temáticas, como esse Dia Mundial do Coração. Junto com o Ministério da Saúde temos atuado em programas como a Saúde do Homem, em campanhas como a que pretende erradicar a febre reumática, um mal que atinge 30 mil brasileiros, e políticas públicas para reduzir as doenças do coração.

A entidade, que representa 11 mil cardiologistas e sempre foi reconhecida internacionalmente por praticar aqui uma das mais modernas Medicinas, tem investido como nunca na participação inédita em congressos mundiais para o aprimoramento acadêmico. Deixamos de ser ouvintes para apresentar os trabalhos científicos de primeira linha que desenvolvemos nesse país continental. No American College of Cardiology, o mais importante congresso da nossa área, especialistas de todas as partes do mundo lotaram a sala para assistir palestras de brasileiros que foram aos Estados Unidos falar a respeito da doença de Chagas, um problema que já atinge 200 mil pessoas que vivem por lá e os médicos americanos têm pouca experiência no tratamento. Feito semelhante aconteceu no Congresso Europeu, no Luso-brasileiro, e no Mundial de Cardiologia, que este ano foi em Buenos Aires.

Não podemos mais nos limitar a tratar os problemas cardíacos, precisamos atuar em diversas frentes e investir em prevenção, só assim será possível reduzir essas estatísticas e os números que se apresentam cada vez mais alarmantes. Se isso não for feito, o país não terá leitos para tratar os seus doentes, nem no setor público, nem no privado. Mas tenho certeza que isso não acontecerá porque o engajamento de todos nessa empreitada reverterá os índices negativos e por isso conclamo os leitores a começarem já com uma caminhada. Cuidando bem do coração!


* É presidente da Sociedade Brasleira de Cardiologia (SBC).


* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


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