Escrito por Bogdana Victoria Kadunc*

A manutenção da vitalidade, da beleza física e da felicidade constituem alguns dos mais antigos e legítimos anseios da humanidade. Como conseqüência, no século 21 temos uma população vivendo, progressivamente, mais e melhor. A medicina, baseada em ciência e tecnologia, tem ajudado muito nessa tarefa, e a maioria das especialidades médicas hoje tem a atenção voltada para pesquisas que prolongam e restauram a saúde de cada órgão do corpo humano. No Brasil, segundo a OMS, a população com mais de 80 anos vem aumentado 30% a cada cinco anos. Muitas das doenças cardiovasculares e dos cânceres, que ceifavam precocemente a vida, hoje podem ser satisfatoriamente controlados. Seguindo a mesma tendência, uma imensa gama de distúrbios neurológicos, sexuais, endocrinológicos, articulares e dermatológicos, entre outros, já pode ser tratada, o que acarreta melhora da qualidade e prolongamento do tempo de vida útil do ser humano.

A dermatologia é uma das especialidades que têm crescido intensamente nas últimas décadas. As razões desse crescimento não estão apenas nos avanços terapêuticos em uma série de doenças mas também no aumento da demanda por procedimentos dermatológicos cirúrgicos e cosméticos. Este último fator deve-se, notadamente, ao fato de, por ser a pele o maior órgão visível do corpo, ela se torna o grande alvo da busca da beleza e perfeição física, que rege nossa era. Nessa área, a pesquisa séria e fundamentada tem contribuído com recursos muito úteis para os cuidados e a recuperação da pele. Com freqüência cada vez maior identificam-se casos em que profissionais falsamente se intitulam dermatologistas

Porém a avidez do público por novidades vem provocando um desvirtuamento dessas terapêuticas e desafiando os limites éticos da especialidade de modo sem precedentes. Infelizmente, a rápida evolução da dermatologia tem atraído não apenas a atenção de pesquisadores pautados pela ciência responsável mas também de outros segmentos, cuja principal motivação é o fator comercial. Constata-se, de fato, um grande contingente de médicos recém-formados em busca de fácil retorno financeiro e de colegas de outras especialidades, massacrados por remunerações aviltantes oferecidas pelos planos de saúde ou pelo serviço público, que passaram a vislumbrar na dermatologia uma rota de fuga.

Com freqüência cada vez maior identificam-se casos em que profissionais falsamente se intitulam dermatologistas, ignoram as regras do código de ética médica e, norteados por apelos econômicos, aproveitam-se da baixa auto-estima, do desconhecimento e da ingenuidade dos pacientes. Atraem a clientela e a mídia sensacionalista e praticam toda sorte de ardis, sem o mínimo rigor técnico, prometendo a melhora da aparência física de seus pacientes.

Por outro lado, sob a pressão do apelo estético, ou freqüentemente movidos por uma verdadeira busca patológica da beleza e da juventude, os pacientes se deixam seduzir pelos procedimentos propostos. Não imaginam que, na melhor das hipóteses, os tratamentos podem não atuar, mas, na pior delas, podem pôr em risco a saúde. Tal público desconhece que produtos aplicados ou injetados diretamente na pele podem ser absorvidos e desencadear graves efeitos colaterais sistêmicos -imediatos ou de longo prazo- ou provocar deformidades permanentes. Essas conseqüências normalmente são tardias.

Medicamentos e procedimentos novos, seguros e eficazes na área de estética não são tão numerosos como nos fazem crer os milagres divulgados pela mídia, que tem se antecipado à ciência e à pesquisa. São necessários alguns anos de estudos até que um tratamento se revele seguro.

A Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta e esclarece a população. Faz-se necessário que se divulguem não só os “milagres”, mas também os riscos a que ficam expostas as pessoas ao utilizarem métodos sem comprovação. Antes de se submeter a um “novo” tratamento estético, o paciente deve se informar quanto à qualificação do profissional que o atende (sua formação e treinamento e se possui o título de especialista). Outra importante precaução do paciente é se inteirar sobre as características dos produtos que serão utilizados em seu tratamento, quanto ao tipo, marca, origem, registro e possíveis efeitos colaterais.

Por fim, é importante lembrar que o bem-estar físico, mental e social, assim como a beleza, geralmente resultam de fatores que envolvem, além da predisposição genética, bons hábitos alimentares, prática correta de exercícios físicos e proteção solar etc. Faz-se necessária também a devida cautela na divulgação das terapêuticas, afastando-se o sensacionalismo, em respeito ao ser humano.

* É presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia na região de São Paulo e da Comissão Científica do Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica.

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