Escrito por Abdon Murad*


A classe médica brasileira está passando por um importante momento atualmente. São inúmeros os projetos de lei de nosso interesse que tramitam no Congresso Nacional: a Lei do Ato Médico, a Lei dos Conselhos. Além disto, nos deparamos com a eterna luta pela melhoria do SUS, inclusive, no tocante à remuneração dos médicos, que é aviltante, um verdadeiro desafio à nossa vocação sacerdotal. Mas dentre todas estas bandeiras de luta, tenho certeza de que a implantação da nova Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – projeto conjunto do Conselho Federal de Medicina, CFM, e da Associação Médica Brasileira, AMB – é o ponto central de nossas reivindicações.

Há no bojo desta luta pela implantação da nossa “Tabela” fatos importantíssimos, que não podemos esquecer :

1- O resultado desta luta depende muito, apenas de nós médicos e do restante da sociedade;

2- Não há dependência de Congressistas, nem da vontade de Governantes;

3- Embutida na luta e na vitória está em jogo a nossa dignidade. Temos que acreditar na nossa capacidade “de dobrar” os que há 12 anos nos remuneram, vergonhosamente, com os mesmos valores;

4- Fracassar, será algo que, pelo menos em médio prazo, levará a classe médica à impossibilidade de novas tentativas no sentido de ser dignamente remunerada;

5- Este momento é ímpar. Momento em que o CFM, pela primeira vez, chancela uma “Tabela” de procedimentos. Nós, do CFM e da AMB, elaboramos essa “Tabela” com a participação de todas as Sociedades Médicas Especializadas. Levamos muito tempo para que fosse feito o melhor e investimos uma grande quantia de recursos nesta idéia;

6- Dificilmente vai haver a participação de todos nós em outras batalhas desta natureza se não conseguirmos fazer valer a melhor e mais completa “Tabela” já feita neste País, para médicos;

7- Nós, médicos não acreditaremos, tão cedo, em nós mesmos, e os que nos remuneram terão a certeza de nossa incapacidade de mobilização. É preciso que quebremos muitas lanças para termos a vitória almejada. É preciso, também que nos indignemos com o quadro atual.

Indignação é mudança interior, é força para mudar o rumo das coisas. Precisamos sair da individualidade, muitas vezes presente em alguns de nós. É necessário que saibamos que a causa médica é maior do que os interesses particulares de cada um de nós. Temos que nos agarrar a esta luta com unhas e dentes, com a certeza de que podemos vencer e com a determinação dos que sabem o que querem.

É necessário que tenhamos a participação e a ajuda da sociedade como um todo. Precisamos envolver, principalmente, os usuários, grandes interessados na melhoria do atendimento por parte dos planos de saúde, seguradoras e cooperativas. Somente assim, poderemos apontar as empresas que não interessam aos médicos e à população usuária dos planos de saúde.

Há uma insatisfação geral, de médicos e usuários, com as empresas ligadas à saúde suplementar. Pesquisa recente do Datafolha nos revela dados importantes: 93% dos médicos brasileiros sofre pressões dos planos de saúde e das empresas do ramo no sentido de não solicitarem determinados exames, não internarem pacientes, e quando internam, sofrem pressão para dar alta precoce.

No último Ato Público que o Conselho Regional de Medicina do Maranhão realizou em 22/11/03 foi feita uma ampla pesquisa sobre o grau de satisfação dos usuários dos planos de saúde no Estado e o resultado foi o seguinte: Total de Pesquisados : 391 usuários. 37,34% estão satisfeitos com seu “plano”; enquanto 62,65% estão insatisfeitos.

Desta maneira, temos que estar juntos. Apenas coesos poderemos acertar o rumo da nau errante em que navegamos. É vencer ou vencer!


*Abdon Murad é conselheiro federal e presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Maranhão (CRM-MA).


* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


 * Os textos para esta seção devem ser enviados para o e-mail imprensa@portalmedico.org.br, acompanhados de uma foto em pose formal, breve currículo do autor com seus dados de contato. Os artigos devem conter de 3000 a 5000 caracteres com espaço e título com, no máximo, 60.


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