Texto ressalta importância de medidas restritivas e pede atenção especial à saúde de médicos e equipes
As medidas adotadas pelo governo que promovem o isolamento social foram apontadas como pertinentes pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como forma de controlar o avanço da epidemia de covid-19 no País. Essa é uma das conclusões de documento divulgado pela autarquia no qual é apresentada uma análise de diferentes aspectos relacionados à pandemia surgida na China e que tem causado sérios problemas a sistemas de saúde de diferentes países, em especial na Europa.
No texto, divulgado em março, o CFM ressalta que a decisão de restringir fluxos ou concentrações de pessoas, entre outras, ajuda a reduzir o aparecimento de novos casos, como aconteceu na China e na Itália. Sem esse cuidado, no Brasil, a ausência de restrições poderia contribuir para o aumento geométrico dos casos, estrangulando as redes de assistência pública e privada, afirma a autarquia.
Transparência – Além dessa reflexão sobre os números, o CFM aponta uma série de recomendações às autoridades, aos médicos e à população. Entre elas, estão a necessidade de manter uma rotina de vigilância ativa e diária sobre os acontecimentos e a capacidade de mudar os rumos das estratégias traçadas, as quais são apontadas como cruciais para vencer a covid-19.
No documento, o Conselho ainda destaca a relevância do repasse de informações sobre os trabalhos realizados, que deve ser promovido de forma cuidadosa e transparente, o que contribui para manter a tranquilidade, evitar situações de pânico e garantir a credibilidade e a confiança nos responsáveis pela gestão da crise.
Outro ponto citado pelo CFM é a importância que deve ser atribuída às equipes de saúde, consideradas o principal ativo e o elemento mais sensível no enfrentamento da epidemia. “É no hospital que o desgaste profissional é máximo. Os gestores hospitalares devem empreender esforços para manter as equipes de saúde protegidas e motiva[1]das para uma ação eficaz e sem baixas”, ressalta o texto, que sugere a criação de serviços de saúde do trabalhador nos hospitais para os profissionais da linha de frente. Esses serviços serão úteis para diagnosticar e tratar precocemente os infectados e favorecer a realocação de profissionais idosos ou com comorbidades para atividades de apoio à assistência, com menor risco de contágio.