Na avaliação do Conselho Federal de Medicina (CFM), a força de trabalho nos hospitais, emergências e centros de saúde deve ser protegida, visando aliviar a carga que recebem e receberão por semanas e meses a o, durante uma pandemia.
O estresse das equipes, causado pela superlotação dos serviços por conta da COVID-19, somada às demais patologias usualmente encaminhadas aos serviços e ainda pelo temor de se infectar e contagiar familiares, pode influenciar na atuação dos profissionais, que serão colocados em situações-limite.
Para evitar esse desgaste, o 1º vice-presidente, Donizetti Giamberardino, alerta para a necessidade de os gestores públicos e privados garantirem condições de trabalho e de atendimento. “Não pode faltar planejamento, e os problemas de infraestrutura devem ser evitados. Também é fundamental que os médicos e demais profissionais contem com itens imprescindíveis de proteção individual (EPIs) e de higienização das mãos”, ressaltou, ao afirmar que o Conselho monitorará o trabalho realizado e cobrará soluções para eventuais falhas.
Sobrecarregados – Por sua vez, o presidente do CFM, Mauro Ribeiro, chama atenção para outro aspecto relevante: o cansaço das equipes. Ele ressalta que os gestores dos serviços de saúde devem instituir horários de descanso e oferecer serviços que facilitem a vida dos médicos e demais profissionais, como alimentação, fornecimento de roupas de trabalho, salas de repouso, instalações com chuveiros e facilidades para a higienização corporal ao entrar e sair dos plantões.
“A profissão médica, que foi tão atacada, agredida e aviltada em diferentes esferas de gestão, é agora requisitada para atuar na frente de batalha contra este inimigo desconhecido e tão poderoso, que está colapsando os sistemas de saúde no mundo e que pode vitimar os próprios membros das equipes de saúde. Os médicos brasileiros, que têm o compromisso histórico com a defesa da saúde e da vida, já aceitaram este desafio e estão implicados no processo de combate à COVID-19. Esse sentimento cidadão e o comprometimento com o exercício ético e competente da medicina serão fundamentais ao País na superação da crise recém- -iniciada”, disse Mauro.
Para os diretores, esse é o pensamento que predomina no Conselho Federal de Medicina, que tem trabalhado em diferentes frentes para a qualificação da assistência durante a pandemia, bem como em defesa de direitos dos profissionais da saúde. “A proteção à vida e ao bem-estar dos médicos e demais membros das equipes é uma preocupação constante da autarquia”, ressaltou José Hiran Gallo, diretor.