A saúde do homem esteve em evidência durante o I Fórum sobre o tema, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Ministério da Saúde (MS) e Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em dezembro. No evento foram abordados assuntos como tumores prevalentes no homem, saúde mental, saúde do adolescente e do idoso, acesso e acolhimento do homem pelo SUS.
As doenças cardiovasculares são as que mais afetam a população brasileira e também os homens. O cardiologista Ronaldo Gismondi, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), apresentou pesquisa que coloca a doença isquêmica do coração como a maior causa de morte no mundo dentre as cardiovasculares, com mais ocorrências de infarto agudo do miocárdio.
“Sabendo que a doença cardiovascular é a que mais mata no Brasil, que ela mata pelo mecanismo da aterosclerose e conhecendo os fatores de risco, fica a recomendação para os urologistas que recebem um homem para check-up: depois da anamnese e do exame físico, realize a estratificação do risco cardiovascular, com o uso de calculadoras específicas disponíveis para isso. Utilize as informações dos exames físicos e laboratoriais para tentar determinar qual o risco daquele paciente ter infarto, AVC ou morte súbita”, sugeriu o cardiologista.
O AVC isquêmico é a segunda maior causa, ou seja, 2/3 das mortes por doença cardiovascular são causadas pela formação da placa de ateroma. Por isso, segundo Gismondi, a doença aterosclerótica parece ser o principal inimigo a ser combatido e, para ser controlada, requer atuação nos fatores de risco, como hipertensão, hábitos alimentares, níveis altos de colesterol, poluição atmosférica, obesidade, tabagismo, diabetes, doença renal crônica, uso de álcool e pouca atividade física.
Apesar do avanço tecnológico e do progresso para evitar as mortes por esse tipo de doença, dados da Fiocruz com projeção para 2033 ainda trazem as doenças cardiovasculares como principal causa de morte no Brasil nos próximos 10 anos.
A tendência é que as mortes por infarto reduzam devido ao acesso a angioplastia, cirurgia cardíaca e prevenção primária com estatina, porém há tendência de aumento da mortalidade por causas como insuficiência cardíaca de etiologia isquêmica e AVC isquêmico.