A embolização das artérias da próstata (EAP) para o tratamento de hiperplasia prostática benigna (HPB) foi aprovada de forma definitiva pelo CFM. É o que estabelece a Resolução CFM nº 2.302/22, publicada em fevereiro. O texto revogou a Resolução CFM nº 2.143/16, que definia condições provisórias para o procedimento e elencava critérios para o funcionamento de centros que realizariam as embolizações e promoveriam treinamentos.
“Passados cinco anos, foram realizadas inúmeras EAP e não foram registradas ocorrências, o que nos levou a liberar, em definitivo, o procedimento”, explicou Mauro Ribeiro, relator das duas resoluções e presidente do CFM.
No seu relatório, Ribeiro também argumenta que a literatura nacional e internacional tem mostrado, de forma reiterada, a segurança e eficácia da EAP no tratamento da hiperplasia prostática benigna.
Encaminhamento – De acordo com a resolução em vigor, a indicação da EAP deve ser feita por um urologista, que determinará a opção mais adequada para o tratamento. Já a realização do procedimento ficará a cargo de um médico com Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Diagnóstico por Imagem com área de atuação em angiorradiologia e radiologia intervencionista ou com certificado na área de atuação em radiologia intervencionista em angiologia.
O médico também deve possuir um treinamento específico em EAP durante a Residência Médica ou capacitação para a realização da embolização das artérias da próstata.
O procedimento ocorrerá em instituições com serviço de radiologia intervencionista e angiorradiologia e caberá ao médico a escolha do material utilizado no procedimento, tendo obrigatoriamente registro na Anvisa e observando-se a melhor relação custo-benefício para o paciente.
A Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Vascular Endovascular (Sobrice) elogiou a aprovação da Resolução. “Com ela, a EAP consolida-se definitivamente no Brasil como mais uma opção segura e eficaz no tratamento da HPB. A EAP é um procedimento amplamente difundido no Brasil e no mundo, com vários especialistas treinados em todo o território nacional”, comemorou a Sobrice nas redes sociais.
O que é a EAP?
É um procedimento minimamente invasivo que tem como objetivo induzir, propositalmente, a interrupção do fluxo sanguíneo para a próstata, fazendo com que ela diminua de tamanho e melhore total ou parcialmente os sintomas decorrentes da HPB.
Como é realizada?
É realizado um cateterismo na artéria femoral, através do qual é introduzido um microcateter sob orientação de um aparelho de raio X, que identifica as artérias irrigadoras da próstata. São injetados agentes embolizantes na circulação arterial da próstata com o objetivo de reduzir a sua circulação e promover o encolhimento do órgão.
Quais as vantagens?
- Pode ser feito com anestesia local. w Não há manipulação da uretra.
- Pode ser realizada para próstatas de qualquer tamanho. w Não interfere na função sexual. Pode ser utilizada em pacientes com alto risco para cirurgia convencional e em uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários.
- Tem baixo risco de sangramento.
Acesse aqui a Resolução CFM nº 2.302/22.