A qualificação do ensino médico no Brasil é uma das preocupações dos Conselhos de Medicina diante da abertura desenfreada de cursos de graduação no País. Em diferentes oportunidades, o Conselho Federal de Medicina (CFM) denunciou os problemas relacionados a esse avanço acelerado, que fez o número de escolas médicas praticamente dobrar em uma década, chegando a 342.
Diante deste cenário, o Sistema de Acreditação de Escolas Médicas (Saeme) atua como uma estratégia atual e dinâmica de qualificação da formação médica no Brasil.
Para difundir e ampliar a adesão a esse projeto, o CFM lança, em janeiro de 2021, uma campanha nacional chamando atenção para a importância do ensino médico de qualidade.
Em peças publicitárias que serão distribuídas em diferentes canais de redes sociais, folders e cartazes, a autarquia lembra que uma instituição de ensino nunca pode ficar parada.
O material, que tem como mote “Saeme, defendendo a ética e a qualidade no ensino”, pretende demonstrar para a sociedade, estudantes, professores e gestores que um curso de medicina atualizado e capacitado é bom para todos.
Segundo o coordenador do Departamento de Relações Internacionais do CFM (Depri), Jeancarlo Cavalcante, a preocupação principal é garantir a qualidade do ensino. “O Saeme é um selo que consegue avaliar se um curso de medicina atende a requisitos necessários para realizar
seu papel social de formação adequada de profissionais que atuarão diretamente no mercado de trabalho, de modo eficaz e seguro”, ressaltou.
Selo internacional – O Saeme é um sistema reconhecido pela World Federation for Medical Education (WFME), instituição composta por seis federações de educação médica, uma de cada continente. Isso coloca o Brasil como um dos dois países da América Latina credenciados
internacionalmente por essa entidade (o outro é o México).
A medida confere um selo de qualidade ao Saeme e o eleva à condição de único acreditador de escolas médicas brasileiras das quais deverão advir os egressos que desejem se submeter ao exame da Comissão Educacional para Médicos Graduados no Exterior (ECFMG, na sigla em inglês).
Segundo o conselheiro federal Jeancarlo Cavalcante, ser credenciado ao WFME é extremamente relevante, uma vez que a ECFMG anunciou que a partir de 2024 somente aceitará inscrições para seus exames de médicos provenientes de escolas acreditadas por agências reconhecidas pela WFME, como o Saeme.
Cavalcante explica o impacto desse reconhecimento para os graduandos de medicina no Brasil: “Em três anos, só poderão se candidatar e ingressar em qualquer tipo de curso nos Estados Unidos que implique em contato com o paciente – como pesquisa clínica, estágio curto, estágio longo ou residência médica – brasileiros egressos das escolas acreditadas pelo Saeme”.