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Diante de mais um caso de violência contra um profissional médico em uma unidade de saúde do País, desta vez em Trindade (GO), o Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou nesta quarta-feira (20) ofício ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado, cobrando apuração rigorosa da denúncia de abuso de autoridade praticada por policiais.  A Autarquia também divulgou nota de repúdio ao episódio e de solidariedade à médica vítima da coerção.

De acordo com os relatos, a médica M.L.C., que atendia normalmente pacientes no Hospital de Trindade (GO), foi conduzida coercitivamente por policiais. No documento encaminhado ao governador, que é médico, o CFM cobra a adoção de providências para apurar os acontecimentos, com a punição dos responsáveis pelos excessos.

Pede ainda que as forças de segurança de Goiás sejam orientadas sobre como proceder em hospitais e na relação com médicos e outros profissionais de saúde, portando-se com respeito e sem agressividade. “Não há justificativa para o ato praticado por policiais que usaram de sua autoridade para expor essa médica a situações arbitrárias de coerção, intimidação e humilhação pública, inclusive prejudicando o atendimento oferecido a outros pacientes no momento da abordagem”, afirma a Autarquia no ofício.

O CFM diz que recebeu com indignação a notícia da prisão da médica. Ela conta que, sob alegação de necessidade de fazer corpo delito em um detento que estava sob escolta, os agentes quebraram todos os protocolos de atendimento, invadiram a sala de triagem, desacataram profissionais no local e interromperam abruptamente uma consulta que ela conduzia, desrespeitando o sigilo da relação com o paciente.

Segundo a denúncia, diante do descontentamento exposto pela profissional, a situação evoluiu para um contexto de abuso de autoridade, com demonstração de força que resultou na condução da médica até uma delegacia de polícia sob a acusação de desacato. Tudo diante de um contexto com emergência movimentada, com cerca de 40 pacientes em espera, inúmeros retornos e sala vermelha cheia.

Na nota, o CFM afirma que situações de abuso dessa natureza são inadmissíveis e não podem voltar a acontecer. Levantamento inédito realizado pela Autarquia, divulgado no mês passado, revelou que um médico é vítima de violência enquanto trabalha a cada três horas no Brasil. A pesquisa se baseou em boletins de ocorrência da Polícia Civil dos 26 estados e do Distrito Federal, entre 2013 e 2024. Neste período, houve cerca de 38 mil registros.

Clique aqui para ver a nota na íntegra.

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