Em audiência nesta quinta-feira (24), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) trocaram experiências sobre o uso institucional de Inteligência Artificial (IA). O CFM entende que é preciso conversar abertamente sobre o uso de IA nas organizações para garantir transparência nos processos e mecanismos eficientes de revisão.
“Essa foi uma reunião do Departamento de IA do CFM. Queremos saber o que o CNJ está fazendo em termos de IA para a Justiça em todo o território brasileiro. Foi um momento muito produtivo, em que pactuamos colaborações futuras”, diz o conselheiro federal de medicina Jeancarlo Cavalcante, 3º vice-presidente da autarquia e coordenador do departamento de IA do CFM.
Essa aproximação acontece no momento em que o país avança na regulamentação do uso de IA e quando os setores também precisam pensar em suas especificidades para atualizar resoluções e garantir que o atual cenário, com a IA generativa, tenha balizas de seguranças.
Um dos pontos de destaque da conversa é o uso da plataforma Sinapses pelo Judiciário. “O que um tribunal estiver desenvolvendo, ele vai registrar no Sinapses para que um outro tribunal que queira desenvolver algo parecido possa aproveitar aquele trabalho em desenvolvimento ou já pronto e integrar o seu próprio tribunal com um custo muito mais reduzido”, esclareceu o conselheiro do CNJ e coordenador do Grupo de Trabalho sobre Inteligência Artificial no Poder Judiciário, Luiz Fernando Bandeira de Mello.
O conselheiro federal de medicina Mauro Ribeiro, tesoureiro do CFM, lembra que a estrutura do CNJ se assemelha de alguma forma com a dos Conselhos Regionais de Medicina e muitas práticas podem ser adaptadas para a realidade médica.
A reunião aconteceu no gabinete do conselheiro Bandeira de Mello. Também estava presente Fábio Cunha, integrante do grupo de trabalho em inteligência artificial do CFM.