O papel dos médicos jovens na construção do futuro da medicina no Brasil foi analisado sob diferentes aspectos durante evento organizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no dia 12 de abril, em Brasília (DF). Propostas, como a criação de um exame para avaliação dos egressos, foram abordadas na perspectiva de oferecer ao País instrumentos que contribuam com a qualificação da assistência, com garantia de maior segurança e eficácia nos atendimentos. O V Fórum Nacional de Integração do Médico Jovem reuniu lideranças e especialistas de todo o país que, juntos, avaliaram os desafios e as oportunidades para a nova geração de profissionais da medicina.
De acordo com o relatório Demografia Médica CFM – 2024, divulgado recentemente, mais de 330 mil médicos brasileiros têm até 45 anos, representando 58% do total de profissionais em atividade. O grupo com até 35 anos já ultrapassa os 185 mil, ou seja, cerca de 30% do total. Esses números mostram um mercado de trabalho mais jovem e dinâmico, com profissionais que iniciam suas carreiras mais cedo e provavelmente permanecerão por mais tempo na profissão.
O presidente do CFM, José Hiran Silva Gallo, reforçou que o CFM e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) estão comprometidos com o apoio aos médicos jovens nessa jornada, “ouvindo, dialogando e construindo” soluções que tornem os primeiros passos na carreira mais suaves e assertivos. “Procuramos trabalhar favor de iniciativas e projetos que valorizem o trabalho dos médicos, reconheçam seu papel na sociedade e defendam o exercício da profissão a partir de princípios éticos e hipocráticos que levem a uma medicina qualificada e humanizada”, destacou.
Avaliação – Durante o V Fórum Nacional de Integração do Médico Jovem do CFM um dos pontos de destaque foi a discussão sobre a possibilidade de implantação de um exame de avaliação para os estudantes de medicina. Para tanto, a primeira conferência do evento, intitulada “Quem tem medo da Avaliação de Egressos? ”, abordou a necessidade de criação de regras nesse sentido em todos os cursos de graduação, incluindo medicina.
O coordenador da Comissão de Integração do Médico Jovem do CFM, conselheiro Júlio Braga, que também responde pela Comissão de Ensino Médico, enfatizou que a necessidade de avaliação já é, atualmente, um consenso entre as entidades de classe e de representação dos estudantes. Em seu entendimento, esse processo é fundamental para conhecer o nível de preparo dos egressos para atender as demandas do cotidiano na assistência.
Durante essa rodada, os conselheiros federais Donizetti Giamberardino Filho e Alceu Pimentel criticaram a proliferação de escolas médicas e afirmaram que o CFM deseja que não apenas os estudantes, mas também as instituições de ensino sejam avaliadas.
“Essa discussão é crucial para garantir a qualidade da formação médica no País e preparar os jovens médicos para os desafios futuros da profissão. O fórum proporcionou um espaço importante para debater essas questões e buscar soluções que beneficiem tanto os profissionais quanto os pacientes”, disse Braga.