Preocupado com os impactos da pandemia no atendimento de pacientes com câncer, o coordenador das Câmaras Técnicas de Oncologia Clínica e Oncologia Cirúrgica do Conselho Federal de Medicina (CFM), conselheiro Florentino Cardoso, afirmou, durante audiência pública realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) na quarta-feira (8), que a pandemia de Covid-19 prejudicou o atendimento de milhares de brasileiros que lutam contra o câncer. Os problemas afetaram as fases de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação.

Segundo Florentino Cardoso, apenas em 2020, no início da pandemia, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou quase 70 milhões menos procedimentos eletivos que em 2019. A queda foi de 18% nos procedimentos diagnósticos e de 28% nos cirúrgicos, que incluem casos oncológicos.

Em julho e agosto de 2020, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) realizou pesquisa nacional entre médicos-associados para entender os impactos da pandemia no tratamento oncológico e constatou que 74% dos médicos tiveram um ou mais pacientes que interromperam ou adiaram o tratamento por mais de um mês.

Casos novos – De acordo com o INCA, são esperados 704 mil casos novos de câncer para cada ano no triênio 2023-2025. No geral, o câncer é a segunda causa de óbito por doença no Brasil, atrás apenas das cardiovasculares. Hoje, ela é a que a mais mata em cerca de 11% dos municípios brasileiros. “Falta dinheiro para melhorar o combate ao câncer no SUS? Falta. Mas também falta gestão. Temos cidades que sequer tem os números exatos de pessoas aguardando atendimento na fila”, criticou Cardoso.

Diante do panorama, o conselheiro do CFM ressaltou: “hoje, quando se diz que há fila de x doentes com câncer em tal lugar, eu avalio que o número é irreal, subnotificado. Se duvidar, nenhuma secretaria de saúde do País tem a quantidade exata de pessoas na lista de espera. Sabe por quê? Porque os serviços represam os pacientes. Muitas vezes, a secretaria de saúde não é informada a respeito da lista de espera”, afirmou.

De acordo com Cardoso, o pior disso tudo é que há diversas situações em que o paciente já está diagnosticado, precisando de tratamento, mas o gestor municipal ou estadual alega que não pode mais tratar ninguém porque o orçamento previsto ultrapassou o teto. “Olha o absurdo que nós nos deparamos”, resumiu.

Má distribuição – O conselheiro lembrou que há milhares de médicos no País atuando no combate ao câncer – oncologia clínica (4.730); cirurgia oncológica (1.855); e radioterapia (1.014). Porém, em sua avaliação, há má distribuição desses profissionais pelo território nacional. “Sem infraestrutura adequada, o médico e as equipes de saúde não conseguem prestar bom atendimento ao paciente com câncer”, comentou.

O conselheiro, que também é cirurgião oncológico, ressaltou que o CFM propõe a união de todos para melhorar o atendimento.  Ele afirma que as entidades médicas (conselhos e sociedades de especialidades) devem promover a retomada segura dos atendimentos e que os governos e operadoras de saúde devem estimular as ações médicas de prevenção, diagnóstico e tratamento.

De forma complementar, Cardoso defende a ampliação da oferta de procedimentos, consultas e cirurgias, sobretudo de procedimentos eletivos, evitando aumento do tempo de espera e agravamento da saúde, muitas vezes impossibilitando a cura.

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