O CRM-PI foi o anfitrião desta edição do Fórum
Alcançar uma “vida plena, com vigilância e autocuidado frente à qualidade de vida, atividade física, interação social, alimentação e sono saudável, manuseio do estresse e uma rede de apoio” são alguns dos anseios dos médicos brasileiros, segundo apontaram os participantes do IV Fórum Nacional de Integração do Médico Jovem – Construindo o Futuro da Medicina Brasileira, realizado na capital piauiense pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
A garantia dessas condições está entre os temas defendidos na Carta de Teresina, produzida no evento, que reuniu aproximadamente 300 médicos e estudantes de medicina para discutir os caminhos e desa os na jornada de integração e vivência do médico jovem.
O documento chama atenção para “o crescente número de egressos das faculdades de medicina, com a expectativa de um acréscimo anual de 35 mil novos médicos aos mais de 450 mil já atuantes no país”.
Presidente do CFM, Carlos Vital avalia que as atividades do encontro “proporcionaram momentos de intercâmbio e de crescimento, com a possibilidade de criação de projetos e ações que contemplem os interesses de pacientes e médicos de todas as idades”.
Empreendedorismo – O IV Fórum discutiu também “a necessidade de ter o médico como um empreendedor, capaz de criar tecnologias e ferramentas que in‑ uenciam o exercício da medicina e proporcionam melhores condições de acesso à saúde, prevenção, qualidade de vida individual e coletiva”.
Para alcançar esse objetivo, a Carta de Teresina pontuou a necessidade de estimular iniciativas que levem aos médicos conhecimentos complementares, como gestão de pessoas, noções de contratos, nanças, gerenciamento e produtividade, saberes que oferecerão condições de maior realização pro ssional, cientí ca e pessoal.
Confira abaixo a íntegra do documento:
CARTA DE TERESINA
Teresina 09 de maio de 2019
O IV Fórum de Integração Nacional do médico Jovem, realizado em Teresina no Estado do Piauí, nos dia 08 e 09 de maio de 2019, reuniu mais de 300 pessoas entre elas, médicos e futuros médicos de todo o país que buscam discutir os caminhos e desafios na jornada de integração e vivência do médico jovem.
Considerando o crescente número de egressos das faculdades de medicina; a expectativa de acrescentar anualmente 35 mil novos médicos aos mais de 450 mil já atuantes no país; a negligência e omissão governamental sobre padrões mínimos formativos; e a percepção distorcida da sociedade civil que muitas vezes não reconhece o médico como dotado de mínimos direitos civis e trabalhistas, acarretam em adoecimento de muitos colegas médicos.
A epidemiologia dos problemas decorrentes desse cenário demonstra uma maior taxa de adoecimento do médico quanto a transtornos mentais/depressivos maior que os demais trabalhadores. Frente a isso, é fundamental que o médico tenha condições para buscar uma vida plena, com vigilância e autocuidado frente à qualidade vida, atividade física, interação social, alimentação e sono saudável, manuseio do estresse e uma rede de apoio. Vale lembrar que em situação de vulnerabilidade, qualquer profissional limita a sua capacidade de exercer a sua função social.
Durante o fórum também foi discutida a necessidade de ter o médico como um empreendedor, capaz de criar novas tecnologia e ferramentas que influenciam o exercício da medicina e proporcionam melhores condições de acesso à saúde, prevenção, qualidade de vida individual e coletiva. Para tanto, devem ser estimuladas as iniciativas que levem conhecimentos complementares, como: gestão de pessoas, contratos, finanças, gerenciamento e produtividade, que permitirão ao médico condições de ter maior realização de vida profissional, científica e pessoal.
O IV Fórum do Médico Jovem reitera a necessidade de criação de Comissões de Integração dos médicos jovens em todos os 27 Conselhos Regionais Medicina do País, para que estas questões sejam também discutidas e resolvidas em âmbito regional.