Escrito por Expedito Nóbrega de Medeiros


Um dado preocupante para as Operadoras de Planos de Saúde (OPS) são os custos cada vez maiores com os procedimentos cirúrgicos. Que lógica é esta, que fez com que os preços de alguns procedimentos médicos se elevassem tanto? O SUS – como sempre – não tem caixa para pagar. Os preços também são exorbitantes para os pacientes particulares. Então, os vendedores de materiais médicos desenvolveram uma fórmula mágica de desovar os seus produtos: enfiá-los goela abaixo nos planos de saúde, sob o pretexto “ético” de que o plano do cliente é regulamentado, a justiça obriga a dar, e o plano de saúde tem que pagar! Pouco importa o preço, ou a saúde financeira da OPS! Que leis são estas, onde a balança da justiça só pende para um dos lados?

Este problema está num crescendo estratosférico, e não vai demorar muito para que isto inviabilize todos os planos de saúde do Brasil. As instituições e autoridades federais têm obrigação de colocar o dedo nesta ferida, que faz sangrar as finanças das OPS, e irá levá-las à morte, se nada for feito para mudar esta tendência nefasta. Há que se fazer uma auditoria nestes preços de materiais e medicamentos – que constam na famosa Tabela do SIMPRO- e desmontar estas verdadeiras quadrilhas, que agem  colocando nas notas fiscais os valores dos seus produtos ao bel-prazer. Aos Comitês de Especialidades cabem decidir se tal ou qual material é realmente necessário, e à Justiça, acatar tais decisões técnicas.

O Código de Ética Médica prevê que os preços a serem cobrados não podem ser vis nem extorsivos. Os preços de alguns procedimentos já estão – nos dias de hoje – mais do que extorsivos, estão impraticáveis e escabrosos.

Que lógica é esta? Que alta tecnologia é esta, que faz com que materiais que cabem na palma da mão sejam mais caros do que automóveis, ou até mesmo de casas ou apartamentos? É justo pagar patente para salvar vidas?

A lista de vilões passa por medicamentos pseudo-milagrosos de altíssimo custo, “descartáveis” milionários, pinos, parafusos e próteses que mais parecem que são feitas de ouro ou cravejadas de diamantes, monitores talvez feitos apenas para Vips famosos, e não para os simples mortais de todas as nossas classes sociais, muitos deles que recebem salários de fome, habitantes de nosso país de terceiro mundo. O dinheiro das OPS que antes serviam primordialmente para remunerar os atos médicos, está sendo desviado para estas verdadeiras “máfias” muito bem orquestradas. 

As OPS criaram as Câmaras Técnicas, os serviços de auditorias e os protocolos, mas tudo isto é insuficiente e impotente na luta contra estas estruturas organizadas. A cada dia surgem novas técnicas cirúrgicas que incorporam materiais que fazem com que o preço do procedimento cirúrgico se torne 10 ou até 100 vezes o preço dos honorários do cirurgião. E o resultado, na grande maioria deles, é o mesmo das técnicas tradicionais, já consagradas pelo tempo. Não existe uma relação custo/benefício clara, que justifique o uso destes materiais ou medicamentos tão caros.

Há cerca de 20 anos atrás, o preço da mensalidade de um plano de saúde girava em torno de uma consulta médica. Hoje ela alcança o valor de até quarenta vezes! E mesmo assim, ela está insuficiente. Até onde isto vai parar? Quem poderá pagar estas mensalidades, que a cada dia se tornam mais pesadas no orçamento familiar ou das Empresas contratadas?

Vamos ficar todos de braços cruzados, assistindo a quebra das nossas Cooperativas de Trabalho Médico e demais OPS, ou vamos ajustar o sistema, corrigir os erros, apontar os culpados, e expurgar alguns agentes nocivos, que estão destruindo rapidamente o que levou anos para ser construído?

Não! Vamos exigir uma ética real, pura e cristalina e não a falsa ética escondida atrás das meias verdades, trabalhos tendenciosos e ganância pelo lucro fácil. 

As autoridades da Justiça precisam ouvir as pessoas certas!

Vamos fazer isto, colegas, dirigentes e autoridades, pois só assim alcançaremos a tão almejada remuneração digna pelos nossos atos médicos, e que todos saiamos ganhando e não apenas algumas poucas raposas perniciosas. Esta é a verdade. Esta é a lógica. Este é o momento.


* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


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