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Escrito por Aguiar Farina*


Estamos vivendo uma epidemia de dengue no Brasil e um dos estados mais afetados é o Rio de Janeiro. A dengue é uma doença causada por vírus, pode ser fatal e, o mais preocupante, não existe medicamento eficiente para combater a ação viral no organismo. Isto é, além de grave, estamos sem armas para combatê-la.

Entretanto, existe estratégia para combatê-la, a eliminação do mosquito transmissor. Isso não é grande descoberta e vemos diariamente campanhas nesse sentido pelas ruas, rádios e até na novela das oito.

O poder público do Rio de Janeiro, em especial a Secretaria de Saúde do Estado, está administrando uma crise sem precedentes. Uma das últimas medidas tomadas foi convidar médicos de outros estados do Brasil a ajudar a população nesse embate.

Muitos profissionais do país inteiro atenderam ao pedido do governo carioca. Mas cadê os médicos do Rio de Janeiro?

Recentemente, trabalho de pesquisa feito pela Fundação Getúlio Vargas constatou que o Rio tem aproximadamente 1 médico para cada 299 habitantes. Este número está bem acima do indicado pela Organização Mundial de Saúde, que é de um médico para cada 1.000 habitantes.

Em uma matéria do jornal “O Globo”, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que não há falta de médicos para atender as vítimas da epidemia de dengue. Contudo, o que falta é disposição dos gestores em contratar profissionais com salários dignos e oferecer boas condições de trabalho. Na reportagem, a presidente do Cremerj, Márcia Rosa de Araújo, e o conselheiro Aluisio Tibiriça pontuaram que “as disputas político-partidárias ficaram à frente das necessidades da população. O que podemos concluir dessa situação, tendo em vista os vários alertas que os médicos fizeram aos governantes, é que antes da saúde das pessoas estavam os interesses político-partidários, independentemente das reais e péssimas condições da saúde no Rio de Janeiro”.

Marcia Rosa também denuncia na matéria que “os médicos vão trabalhar em meio a uma epidemia de dengue por R$ 669 e sem condições de trabalho. Em alguns casos nem mesmo há fornecimento de água potável e materiais de higiene pessoal”.

O Cremerj apresentou ao governo do Estado propostas para o combate à doença, como a contratação imediata de médicos para a rede pública, principalmente pediatras e clínicos, e salários decentes. O Conselho ainda propõe a expansão do Programa Saúde da Família; aumentar o número de leitos; investir nos hospitais universitários; oferecer condições de trabalho adequadas; reforçar a segurança dos profissionais envolvidos nos serviços de plantões dos hospitais e postos de saúde; incentivar a doação de sangue e, conseqüentemente, reforçar o transporte dos hemoderivados aos hospitais de emergências e postos de atendimentos.

A calamidade do sistema público de saúde não é exclusiva do Rio de Janeiro. Todo o Brasil sofre com a falta de médicos e de investimentos na estrutura dos hospitais, nos PSFs e em programas de controle de doenças, entre elas a dengue.

O que torna mais grave é o erro de planejamento e gestores públicos despreparados. O descuido com a saúde tem consequências graves e imediatas, às vezes catastróficas como a que está acontecendo no Rio, e a população não pode esperar o próximo orçamento.


*Aguiar Farina é médico ginecologista e mastologista, presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT).


* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


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