Escrito por Jorge Carlos Machado Curi, presidente da Associação Paulista de Medicina
O ano já entrou em contagem regressiva. Certamente, não será necessário mais do que um piscar de olhos para começar a ouvir frases do gênero: “Nossa, o tempo voou; já estamos às vésperas do Natal e das festas”.
É fato, o tempo voa. Daí a importância de aproveitá-lo muito bem, em todas as áreas. Isso vale para a vida pessoal, é válido para a profissional e também para a busca de avanços sociais, de novas conquistas.
Os médicos de São Paulo e do Brasil têm demonstrado perspicácia, nesse sentido. Desde o início de 2009, cumprem fielmente um calendário de lutas, definido pelas entidades nacionais, por intermédio da Comissão Pró-SUS, cuja meta é obter conquistas essenciais à valorização da prática profissional e para a melhoria da saúde. Reivindicamos, entre outros pontos, uma carreira de Estado, a implantação de um Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos, educação continuada de qualidade e acessível a todos, a consolidação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos na rede suplementar e sua adoção no Sistema Único de Saúde, além de um salário mínimo profissional.
Usando o tempo, a organização e a coesão a nosso favor, mostramos, a cada dia, a nossa força e avançamos, de forma gradual e ininterrupta. Já fizemos grandes manifestações estaduais, como a convocada pela Associação Paulista de Medicina e entidades coirmãs, em 2009, mantivemos e mantemos vigília permanente sobre os projetos de interesse dos médicos em tramitação no Congresso Nacional; também traçamos, com responsabilidade e cuidado, as próximas etapas do movimento.
É assim que temos sensibilizado autoridades e a sociedade, colhendo frutos importantes. Meses atrás, por exemplo, a deputada Sandra Rosado foi sensível ao trabalho de convencimento da APM e demais entidades, apresentando relatório favorável ao Projeto de Lei 3734/08, que atualiza o salário mínimo profissional de médicos e dentistas para R$ 7 mil em 20 horas semanais.
Porém, não podemos cruzar os braços e dar as conquistas como favas contadas. A mobilização é o caminho para as vitórias e temos de mantê-la, uma forma legítima de luta e de alerta à comunidade, também defendida pela Comissão Nacional Pró-SUS.
Os médicos, todos nós, temos de exigir dignidade, em alto e bom som. Temos de exigir uma rede de saúde de qualidade, integral e universal para nossos pacientes. É nossa obrigação e nosso direito, como profissionais e cidadãos.
Muitos colegas em diversas cidades alcançaram avanços importantes graças à organização. São conquistas referentes à carreira e melhoria de salários. É fundamental prosseguir mobilizados para novos avanços. O movimento médico e nossos pacientes buscam ansiosos esse salto de qualidade.
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