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Conselho Federal de Medicina

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Escrito por Cláudio Balduíno Souto Franzen*

É preocupante a maneira como a figura do médico tem sido retratada nas telenovelas, especialmente nos últimos tempos, quando a sociedade se depara estarrecida com sucessivos escândalos protagonizados por personalidades públicas. Com freqüência alarmante, telenovelas apresentam “médicos” e “clínicas de saúde” acobertando atividades ilícitas em troca de dinheiro. Existe participação em atos criminosos, forjando doenças ou mantendo pessoas sadias sob o efeito de drogas para facilitar a prática de crimes.

Claro que entendemos ser a novela uma obra de ficção, cujo objetivo é o entretenimento, porém não se pode negar que tais abordagens podem ser interpretadas como prática usual dos médicos e clínicas, compactuando com atitudes indesejáveis que infelizmente assolam o país impunemente. Certamente, a insistência em mostrar uma cena como a que foi ao ar recentemente na novela Sete Pecados, da TV Globo, na qual um filho mantém a própria mãe numa clínica, solicitando ao médico um laudo de insanidade, em nada contribui para a imagem dos profissionais médicos e da medicina. Em outra novela, Paraíso Tropical, da mesma emissora, uma personagem é mantida sedada numa clínica para que o vilão possa cometer um golpe.

As atitudes retratadas como se fossem procedimentos comuns e naturais ferem frontalmente a ética médica e são combatidas vigorosamente pelos Conselhos de Medicina. A corrupção, a criminalidade, a insegurança, a falta de seriedade dos governantes ocupam a mídia permanentemente fazendo com que a sociedade viva num clima de descrença e descrédito em todas as instituições e/ou profissões. Na área da saúde, este sentimento é talvez mais presente pelo desespero das pessoas que necessitam minorar seus sofrimentos. Infelizmente, todas as mazelas do sistema são representadas pelo médico, que é a figura que está disponível à frente do paciente. Assim, toda a mágoa, o sentimento de impotência perante o sistema se materializa no médico. Não raro, o médico suporta agressões fisicas e verbais, mesmo não sendo o responsável por aquilo que frustra e revolta o paciente.

Apesar de toda essa carga negativa; advinda da incompetência governamental em administrar a saúde, o médico ainda detém o primeiro lugar nas pesquisas de credibilidade da população. Essa confiança da população no médico decorre do trabalho permanente nas atividades de consultório, onde esse profissional a par de todas as dificuldades, dedica-se intensamente ao seu paciente, construindo um vínculo de confiança e amizade que dificilmente se desfaz. O sistema de saúde ainda se sustenta graças à dedicação dos médicos e demais profissionais da saúde que não vinculam seus parcos honorários com a grandeza de sua missão. Essa sensibilidade social é que faz com que serviços deficitários continuem atendendo pacientes do SUS, amargando um congelamento de 13 anos (o último reajuste linear da tabela de honorários remete a 1994, quando ainda era ministro o Dr. Adib Jatene).

Nada disso impede, contudo, que alguns dramaturgos insistam em mostrar a medicina e os médicos de uma forma pejorativa que nada constrói para a sociedade, apenas acrescenta mais uma preocupação à população que, certamente, fica se perguntando: “Será que o médico se presta a tantas maldades, como as exibidas nas novelas da TV?”. A resposta é não. Não existem médicos e clínicas que se prestem a desenvolver tarefas tão vis apenas por dinheiro. Se alguém tiver conhecimento de quem assim proceda, que encaminhe denúncia aos Conselhos de Medicina. Haverá, com certeza, justa punição.

*É vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers).

* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


 * Os textos para esta seção devem ser enviados para o e-mail imprensa@portalmedico.org.br, acompanhados de uma foto em pose formal, breve currículo do autor com seus dados de contato. Os artigos devem conter de 3000 a 5000 caracteres com espaço e título com, no máximo, 60.


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