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Todos ficamos chocados e consternados pelo dano fatal ocorrido com a adolescente Stephanie Teixeira. Morte injustificada que toda a mídia noticiou das mais diversas formas. Novamente esta tragédia foi prontamente contabilizada para os médicos. É o que todos entendem quando se fala que houve “ERRO MÉDICO”.
As mídias necessitam urgentemente aprender a usar com precisão algumas terminologias. Necessitam dissecar seus significados para não condenar sem julgamento. O uso equivocado pode implicar em grandes danos de diversas naturezas para os profissionais. O uso indevido de ERRO MÉDICO, pelas mídias, para o que aconteceu com a adolescente, precisa ser encarado minimamente como falta de conhecimento e de profissionalismo. Afinal, jornalistas são parte da elite cultural do país e a grande penetração, especialmente da mídia televisiva, carrega em si uma enorme responsabilidade, que muitos ainda não perceberam ou estão dispostos ao vale tudo a qualquer preço.
É de domínio público que a maioria dos serviços médicos, entre eles, os serviços hospitalares, são multidisciplinares. Embora a finalidade dos hospitais seja a prestação de serviços médicos, cada classe de profissionais necessária ao funcionamento de cada serviço de saúde tem suas responsabilidades específicas expressas em normas legais.
É leviano imputar ao médico, a priore, todos os erros e danos ocorridos em pacientes nos serviços de saúde. Para que seja caracterizado como ERRO MÉDICO, esse precisa ser gerado pelo médico em seus atos profissionais e motivado por negligência e/ou imperícia e/ou imprudência. Da mesma forma ocorre com os demais profissionais da saúde não-médicos. Portanto, a culpabilidade individual precisa ser esclarecida, assim como a da instituição, seja ela pública ou privada.
Nós médicos, estamos cansados de ser o “bode expiatório” e ansiamos por um pouco de justiça. O silêncio da maioria não é indicativo de aceitação dos fatos publicados, mas apenas falta de tempo para lutar em tantas frentes com as quais nos deparamos diuturnamente.