CRM Virtual

Conselho Federal de Medicina

Acesse agora

Carlos Vital Tavares Corrêa Lima*

 

De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), as perdas que têm afetado o Produto Interno Bruto (PIB) e a renda das famílias, assim como o crescimento do índice de desemprego, têm graves consequências, em curto prazo, para os planos e o Sistema Único de Saúde (SUS).

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) calcula que apenas nos primeiros cinco meses de 2016 as operadoras perderam 818 mil clientes, o que significa aumento de demanda na assistência pública à saúde da população.

Milhares de brasileiros, sem condições de pagar seus planos privados de assistência à saúde, migram para a rede pública, já sobrecarregada com imensos problemas de orçamento e de gestão. Diante dessa realidade, o Ministério da Saúde propõe a instituição de planos populares, que não reduzirão os custos a serem agregados às despesas do SUS, em face de um maior contingente de pessoas carentes.

Sem resolubilidade, além da exclusão dos doentes crônicos e dos idosos, tais planos serão limitados a consultas ambulatoriais, a exames subsidiários de menor complexidade, e não evitarão a procura pela rede pública ou impacto prejudicial ao financiamento desse sistema.

De fato, a autorização da venda de “planos populares” apenas beneficiará os empresários da saúde suplementar, setor que movimenta algo em torno de R$ 125 bilhões por ano, já dotado dos privilégios da renúncia fiscal no cálculo do imposto de renda, de isenções tributárias, créditos, empréstimos e extensos parcelamentos de dívidas.

Por outro lado, continuam a prosperar medidas populistas na área da saúde, como a proposta de prorrogação do período de permanência no Brasil de 7 mil dos mais de 11 mil profissionais trazidos de Cuba para atuar no Programa Mais Médicos, com o envio de bilhões de reais para o exterior por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), de modo incoerente com as atuais circunstâncias de recessão econômica no País.

Entre 2013 e 2015, dos R$ 5,3 bilhões alocados para o custeio do Mais Médicos, R$ 3,6 bilhões foram repassados para Cuba, ou seja, 67% de tudo o que foi gasto com o Programa. Até maio de 2016, dos R$ 2,9 bilhões previstos para a iniciativa, mais de R$ 700 milhões já saíram do País, pouco menos de 30% do orçamento a ser executado neste ano.

Não se trata apenas de verbas remetidas ao exterior e que poderiam aquecer a economia de nossos estados e municípios, mas de temerária administração do erário, posto que relatos do Tribunal de Contas da União (TCU) contestam os resultados do programa alardeados pelo Governo.

O TCU concluiu, por exemplo, que em 49% dos primeiros municípios atendidos pela iniciativa houve redução no número de médicos após a chegada dos intercambistas.

Propostas como a do Mais Médicos e a de criação de “planos populares de saúde” servem aos interesses intrínsecos ao populismo. Apropriam-se e distorcem legítimos desejos e anseios da sociedade, vulnerável à publicidade e à propaganda características das políticas partidárias de causas menores. Essas não são condutas esperadas pelo povo brasileiro na expectativa de um novo governo e de uma nova cultura de proficiência, eficácia e probidade na Nação.

 

* É presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Palavra do Presidente publicada na edição 257 do Jornal Medicina (acesse aqui a publicação).

* Os textos para esta seção devem ser enviados para o e-mail imprensa@portalmedico.org.br, acompanhados de uma foto em pose formal, breve currículo do autor com seus dados de contato. Os artigos devem conter de 3000 a 5000 caracteres com espaço e título com, no máximo, 60.
Кракен даркнет namoro no brasil pinup mostbet apk winzada 777 tiger fortune Fortune Tiger Fortune Tiger Plinko Кракен зеркалокракен ссылка Os melhores cassinos online em melhoresportugalcasinos.com! Bonus exclusivos e avaliacoes e analises de especialistas sobre os novos e melhores cassinos online no Brasil e em Portugal!
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.