Dom João Inácio Müller*
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Amós 5, 24). Eis o desejo de Deus, pela boca do profeta Amós. E isso é possível? Sim, é possível! Deus nos criou, criou a Mãe Terra capaz de alimentar todos os seus filhos, e com saúde. Parece-me que nós, pessoas, estamos vivendo contra a lógica da vida: não cuidamos do mundo, nossa casa comum, não cultivamos o jardim de Deus.
Neste ano de 2016, celebramos uma Campanha da Fraternidade Ecumênica com o tema “Casa Comum: nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. O objetivo geral desta campanha é “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenhar-nos, à luz da fé, por políticas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.
O saneamento básico é um direito humano fundamental, e requer a união de esforços de todos; inclui os serviços públicos de abastecimento de água, o manejo adequado dos esgotos sanitários, das águas pluviais, dos resíduos sólidos, o controle de reservatórios e dos agentes transmissores de doença.
Alguns dados para você se sensibilizar, buscar mais informações e criar novos hábitos:
– O maior problema do saneamento básico hoje é a fome;
– Uma criança morre a cada 2,5 minutos por não ter acesso à água potável, por falta de redes de esgotos e por falta de higiene;
– 18% da população brasileira ainda não têm acesso à água tratada. Mais de 100 milhões de brasileiros não possuem coleta de esgotos;
– No mundo, um bilhão de pessoas fazem suas necessidades a céu aberto;
– Na América Latina, as pessoas têm mais acesso aos celulares do que aos banheiros.
O saneamento básico não é um detalhe na vida. É necessidade imperativa para que nós, filhos de Deus, possamos ter a vida saudável que Deus quer para todos. Por isso, nosso Papa Francisco insiste tanto no direito aos três T: terra, trabalho e teto.
A Campanha da Fraternidade 2016 propõe um olhar mais amoroso para o planeta e para a natureza, criando, assim, uma consciência fraterna, e lembrando que nossos recursos são limitados e precisamos cuidar bem deles para que possamos viver bem. Cuidemos do ambiente e das pessoas!
* Bispo da diocese de Lorena (SP) e articulista da Revista Canção Nova
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