CRM Virtual

Conselho Federal de Medicina

Acesse agora
Escrito por Roberto Lotfi Júnior*

Aproximam-se as eleições municipais e cresce nossa responsabilidade de médicos como formadores de opinião. Manter-se alheio ao processo é missão quase impossível e deixar de contribuir com críticas construtivas e ideias durante o debate pré-eleitoral seria perder excelente oportunidade de defender aquilo que acreditamos ser o melhor para a saúde da população e também para a classe médica.

Cada município tem seu contexto político, seus personagens nos universos tão desafiadores da administração pública e do Legislativo, forças que influenciam no cotidiano da cidade e do campo, além das peculiaridades quanto à estrutura do sistema de saúde e mesmo o perfil epidemiológico e socioeconômico e cultural da população. Cada uma tem um tamanho e uma série de desafios.

É importante que o médico, até pelo seu contato diário com representantes de todos os extratos da população, saiba quais são exatamente os problemas da saúde e identifique, na medida do possível, quem são candidatos mais preparados para promover mudanças e alcançar avanços concretos. Quem são aqueles dispostos a ouvir os médicos e a assumir compromissos com a saúde como um todo.

Entre todos os nossos associados, é possível que alguns inclusive sejam candidatos a prefeito, vice-prefeito, vereador ou apoiem uma determinada candidatura com possibilidade de ocupar o cargo de secretário da saúde, por exemplo. A esses, particularmente, gostaria de lembrar a magnitude do pacto com a saúde de qualidade e a classe médica. Já tivemos um número considerável de decepções neste cenário com pessoas que pediram o voto – e a confiança – dos colegas e, depois, simplesmente se afastaram de suas raízes profissionais.

Por outro lado, um salve a esses médicos que se sensibilizam com as carências e o potencial de suas cidades e se dispõem a dedicar parte importante da vida ao processo político, muitas vezes expondo a si e a sua família em um telhado sempre de vidro. É certo que precisamos de pessoas com essa coragem e desprendimento. E de médicos que nos representem na vereança e no Executivo.

Tanto como atores políticos quanto na posição de eleitores, precisamos ter em mente a defesa do plano de carreira, cargos e vencimentos para os médicos do serviço público municipal e condições de trabalho adequadas para o exercício da profissão. Hoje a maioria absoluta dos municípios não paga sequer a metade do salário mínimo preconizado pela categoria (R$ 9.813 por 20 horas semanais).

Outro problema que tem se tornado grave nas médias e grandes cidades é a violência contra os médicos. Atrair profissionais de medicina para certas áreas periféricas e ali fixá-los ainda tira o sono de muitos administradores públicos. Multiplicam-se os concursos e as vagas não preenchidas. Daí a necessidade de se pensar o atendimento à população de maneira mais global. E investir certo.

Na da atenção básica, principal atribuição dos municípios na saúde pública, ainda temos longo caminho a percorrer. As unidades básicas de saúde infelizmente não apresentam os índices ideais de resolubilidade e os próprios pacientes acabam procurando primeiro os pronto-socorros, de forma desnecessária, o que gera superlotação e mau atendimento.

Fiscalizar como os recursos da saúde estão sendo aplicados também é tarefa para a qual muito os médicos podem contribuir, especialmente os colegas que atuam mais ligados à administração dos serviços.

É saudável que questões como essas permeiem o dia a dia dos cidadãos, antes e depois das eleições, e que os médicos estejam sempre bem informados para fazer os devidos contrapontos, com independência em relação às informações oficiais. Muitas vezes, ao folhear os jornais, poderíamos constatar que, segundo a divulgação dos governos, a saúde vai às mil maravilhas.

Acompanhar a gestão da saúde em nossas cidades e participar das discussões nos diversos âmbitos – secretaria de saúde, conselho municipal, câmara de vereadores, etc – é a maneira mais produtiva de nos posicionarmos quanto aos velhos e aos novos problemas da medicina e da população.

* Roberto Lotfi Júnior é ortopedista em Presidente Prudente (SP) e 1º vice-presidente da Associação Paulista de Medicina (APM).


* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


 * Os textos para esta seção devem ser enviados para o e-mail imprensa@portalmedico.org.br, acompanhados de uma foto em pose formal, breve currículo do autor com seus dados de contato. Os artigos devem conter de 3000 a 5000 caracteres com espaço e título com, no máximo, 60.


* Os textos para esta seção devem ser enviados para o e-mail imprensa@portalmedico.org.br, acompanhados de uma foto em pose formal, breve currículo do autor com seus dados de contato. Os artigos devem conter de 3000 a 5000 caracteres com espaço e título com, no máximo, 60.
Кракен даркнет namoro no brasil pinup mostbet apk winzada 777 tiger fortune Fortune Tiger Fortune Tiger Plinko Кракен зеркалокракен ссылка Os melhores cassinos online em melhoresportugalcasinos.com! Bonus exclusivos e avaliacoes e analises de especialistas sobre os novos e melhores cassinos online no Brasil e em Portugal!
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.