O segundo dia do II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina do ano de 2023 (II ENCM 2023) foi reservado para debates sobre cooperação como promotora de saúde, educação e qualificação médica. O evento, que reuniu conselheiros federais e regionais de todo o país, destacou o papel fundamental da autarquia em diversas áreas institucionais.
A mesa redonda intitulada “Cooperação como promotora de saúde” foi coordenada pelo 2º tesoureiro do CFM, Carlos Magno Pretti Dalapicola, e secretariada pela conselheira federal Yáscara Pinheiro Lages Pinto. A discussão começou com a abordagem sobre a medicina em regiões fronteiriças, conduzida pela Secretária-geral do CFM, Dilza Teresinha Ribeiro.
Durante sua exposição, Dilza Ribeiro ressaltou a atuação da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira do CFM, apresentando aos participantes os principais desafios enfrentados pelos médicos em uma extensão de 15,7 mil quilômetros de fronteiras, onde vivem aproximadamente 12 milhões de brasileiros.
“É uma disparidade impressionante. São localidades distantes dos centros urbanos e muitas vezes de difícil acesso. Nelas, reside uma população que também precisa de acesso a diagnósticos e tratamentos. Portanto, a oferta de serviços públicos de qualidade tem sido um desafio”, pontuou.
Ela ainda destacou o levantamento do CFM que aponta gargalos da assistência em saúde nos 588 municípios do Brasil que fazem limites com outros países, que pode ser acessado aqui. Ao considerar como uma missão desses profissionais, ela pontuou que os municípios concentram 16.664 médicos, número que representa 2,9% do total de médicos em atividade em todo o País. “Os médicos que estão nessas regiões são verdadeiros heróis, estão atendendo com eficácia toda a população. Mas precisamos valorizar o profissional para que tenhamos mais especialistas”.
Por outro lado, o 1º vice-presidente do CFM, Jeancarlo Fernandes Cavalcante, ressaltou o trabalho de cooperação internacional que a autarquia tem promovido. Ele destacou que o CFM tem participação efetiva em órgãos como a Associação Internacional das Autoridades de Regulação Médica (IAMRA), a Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe (Confemel) e a Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP), instituições que promovem a excelência na prática médica em todo o mundo.
“A cooperação médica internacional deve ser um esforço dedicado à partilha de experiências e à troca de conhecimentos técnicos, com o objetivo de aprimorar os sistemas de saúde pública em diferentes países. Nossa intenção é promover discussões sobre os dados apresentados e sugerir ações conjuntas que possam orientar os profissionais de saúde por meio de programas transfronteiriços, atendendo às suas necessidades.”, destacou Cavalcante, que coordena o Departamento de Relações Internacionais dentro do CFM.
Educação – Na programação, também houve espaço para abordar os desafios da educação e qualificação médica. Os conselheiros Júlio Braga (coordenador da Comissão de Ensino Médico) e Donizetti Dimer Giamberardino Filho (coordenador do Sistema de Acreditação de Escolas Médicas do CFM) se revezaram na condução da mesa-redonda: “Educação e Qualificação Médica”.
Em sua apresentação, o 1º secretário do CFM, Hideraldo Cabeça, descreveu a proposta de criação do registro de qualificação do especialista nacional, o que trará, segundo ele, mais facilidade, segurança e rastreabilidade, “tornando transversal a informação”.
Já a assessora de Relações Institucionais e Governamentais do CFM, Gabriella Belkisse, contribuiu com insights sobre exames de egressos e abertura de novas escolas médicas, analisando as propostas legislativas e os pedidos que já se encontram no Ministério da Educação (MEC).
O evento foi encerrado com a conferência “Humanidades: luz para a medicina”, ministrada pelo ex-presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, sob a apresentação da 2ª Secretária do CFM, Helena Maria Carneiro Leão.