Escrito por Aucélio Gusmão*
“Antes de os relógios existirem, todos tinham tempo. Hoje todos têm relógios.”
Muito já se divagou sobre o tempo e a forma de consumi-lo ou viver. Várias são as visões, de românticas a pragmáticas, impositivas ou morais, monetária, consenso de oportunidade ou tempo perdido.
Comecemos bem de trás, ensina a Bíblia, tempo de plantar, tempo de colher. Para o poeta romano Ovídio, o devorador de todas as coisas. Machado de Assis pensou matamos o tempo, o tempo nos enterra.
Outros trouxeram argumentos bastante inteligentes antes de os relógios existirem, todos tinham tempo. Hoje todos têm relógios. Daí, o homem ter se tornado herdeiro e refém do tempo, coisas do mundo atual, sua competitividade, seu ritmo acelerado imposto ao viver.
Tempo perdido nunca se recupera, equivale a água que passou embaixo da ponte, não volta. Para Caetano Veloso, o tempo não pára, no entanto, ele nunca envelhece.
Cada pessoa – tenham certeza – terá no dia-a-dia que achar seu tempo, mesmo sabendo, que tempo é como oceano, termina sempre na praia. Para encontrá-lo basta disposição para procurá-lo.
A sabedoria popular ensina que tempo é dinheiro. Quem o consome à toa, pode pagar um sério tributo no futuro. O Barão de Itararé discordou formalmente. Detentor de muitas dívidas convocou seus credores, e propôs pagá-los com o tempo. Ninguém aceitou!
Vivam o hoje, porque o ontem já passou e o amanhã talvez nem chegue, Exupéry. Pensem assim, o dia acontecerá quer você queira ou não.
A vida tem a cor que você pinta. O caminho correto não é ter e obter. É ser e tornar-se. Imaginem a frustração de quem não foi nem alcançou, ao olhar para trás e verificar que o tempo foi seu algoz, não existe mais chance para se recuperar.
*Aucélio Gusmão é presidente da Unimed João Pessoa (PB).
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