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Escrito por Rui M. S. Almeida*
Uma série de medidas editadas pelo Governo para “melhorar” o atendimento médico, de nossa tão sofrida população, tem surpreendido o País. Primeiro fomos surpreendidos pela notícia da “importação” de médicos para resolver o problema da falta de atendimento em regiões do País; depois a hipótese de que exerçam a Medicina sem se submeterem ao exame de Proficiência–REVALIDA, obrigatório por lei para médicos estrangeiros, em vários países do mundo. Com isto, releva-se o conhecimento médico dos médicos e diminuindo-se a qualidade de atendimento à população.  
 
Sabemos que não há falta de médicos, neste país; existe é a sua má distribuição pelas diversas regiões. A pergunta a ser feita é por que faltam médicos em certos Municípios e o atendimento em outros é deficiente? A resposta é simples– porque não existe uma remuneração justa para estes profissionais e, acima de tudo, não há condições para o médico realizar aquilo para o qual levou anos para adquirir – a capacidade de diagnosticar e tratar doenças.
 
A remuneração que se acha justa não é algo aviltante, mas compatível com a de outras profissões que têm carreira estabelecida. O que ocorre é que, ao aceitarem condições ofertadas por alguns municípios, após algum tempo estas são trocadas por decisão arbitrária de quem contrata.
Mas talvez não seja esta a razão principal. Devemos avaliar as condições nas quais os médicos trabalham nesses municípios; devemos ver se há, não só condições de estrutura para atendimento, como aparelhagem que permita realizar o diagnóstico e o tratamento adequado.  Há que se ver também que, por total ingerência, por vezes, hospitais são bem equipados com verbas obtidas com dificuldades, porém a aparelhagem fica abandonada, sucateada, sem uso, privando a população mais necessitada e o que é pior, os gestores terceirizam serviços de outros lugares, que aumenta o custo.
 
Mas como resolver este problema? Para isto devemos apelar para a ciência dos números.
 
Quanto é investido em saúde neste País? Pelas informações obtidas em diversas fontes, menos de 5% do PIB. Como com este valor nós conseguiremos resolver os problemas da saúde, se outros países, como Estados Unidos e Canadá, são aplicados de 15 a 20% e em países da América do Sul, a aplicação é mais do que o dobro se comparada ao Brasil? A resposta é NÃO conseguiremos.
 
Apenas tapamos o sol com a peneira ao transpormos o problema, num raciocínio simplista, para a falta de médicos.
 
Primeiro deveremos ter uma política séria de investimentos em saúde, com planejamento e metas prioritárias, sendo realizada não somente por órgãos governamentais, mas também por instituições representativas da classe médica, como a Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina. Este deve ser realizado olhando o futuro, pois, apesar do SUS ser, em teoria, um bom sistema, não é bem gerido e ao remunerar, não cobrir sequer os custos.
 
Por que os nossos hospitais do SUS estão sucateados? Por que faltam medicamentos e material básico? Talvez a razão principal seja porque a mobilização de dinheiro para a compra de aparelhos é importante para quem os adquire, em função das benesses obtidas, quer sejam políticas, econômicas ou sociais.  No entanto, a manutenção de um padrão de custeio e dos profissionais que, diuturnamente, trabalham para o tratamento de pacientes, não traz dividendos e pode ser esquecida.
 
Entendemos, assim, que os problemas que a população sofre não são decorrentes da falta de médicos, mas de dois fatores não alardeados pelo Governo: falta de investimento e gerenciamento.
 
 
 
* É cardiologista, cirurgião cardiovascular e professor universitário em Carcavel (PR).
 
Artigo publicado no Jornal O Paraná, em 17/07/2013.

 
    

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