Escrito por Edmundo Ferraz*
O clamor inesperado das ruas, despido de conotação político partidária transformou-se em facho de luz na escuridão. O povo, como na Bastilha, decidiu não esperar mais nada da política profissional e resolveu clamar por suas exigências, que são claras e unânimes. Precisamos mudar o Brasil agora.
São inaceitáveis os privilégios, a corrupção, a ausência de compromisso, o desrespeito à Constituição e a impunidade generalizada em nosso país.
É inaceitável hoje no Brasil investir apenas 3,2% do PIB em Saúde, 4% em Educação e menos de 2% em Ciência e Inovação, indicadores capazes de modificar profundamente nossas prioridades com imediata repercussão na qualidade de vida e no futuro que queremos legar aos nossos filhos e netos. Essas são nossas prioridades e não gastos inaceitáveis com Copa das Confederações e Copa do Mundo que já conquistamos várias.
Assim não basta elevar os indicadores mencionados. È muito mais do que isso!
Torna-se fundamental priorizar a qualidade do ensino e da assistência à saúde com educadores e profissionais habilitados pelo mérito e desvinculados das indicações políticas sem conteúdo ou capacitação. É inaceitável que o Ministério da Educação cancele os concursos para Professor Titular abertos na Universidade Brasileira nivelando por baixo a carreira universitária excluindo-a do mérito e da qualidade na administração pública.
É aceitável contudo, limitar drasticamente os gastos inúteis. É inaceitável o número exagerado de funcionários e comissionados no governo.
É inaceitável as reeleições repetidas de deputados e senadores, sem que se estabeleça o limite de no máximo uma reeleição o que oxigenaria pela renovação, nossos quadros legislativos. É inaceitável o número exagerado de municípios e de vereadores perfeitamente dispensáveis, exceto e talvez discutível nas capitais dos estados. É inaceitável um partido político indicar membros do judiciário por simples escolha do Presidente da República sem que haja critério de seleção previamente estabelecida. É inaceitável que se tenha 39 Ministérios e não haver critério de seleção estabelecido para a escolha de um Ministro de Estado. Nosso país não tem dono por pertencer ao povo brasileiro. Esse é o Brasil que precisamos mudar. Hoje!
Vida longa para o povo brasileiro é o que desejamos para que o Brasil possa servir de exemplo e de luz para outros povos e países.
Esta é a primavera brasileira que renovará nosso país e servirá de exemplo para a humanidade.