Escrito por João Ângelo Siqueira*
Nos últimos tempos, temos visto um interesse crescente do governo e da população pela melhoria do sistema de saúde no Brasil, o que é louvável e desde sempre desejável.
No entanto, devido a algumas interpretações e abordagens polêmicas, é necessário que nós, como médicos brasileiros e portanto signatários de compromisso inabalável pela defesa da saúde dos nossos semelhantes, nos manifestemos, sem qualquer viés político ideológico, corporativista ou de outra natureza que não seja de levar aos nossos irmãos brasileiros uma saúde cada vez de mais qualidade.
Sempre desejamos ser “O Melhor e o Mais próximo Médico” que nossa sociedade pudesse almejar.
Sempre desejamos ser “O Melhor e o Mais próximo Médico” que nossa sociedade pudesse almejar.
Para isto, enfrentamos vestibulares e concursos concorridíssimos, cursos longos, estressantes e complexos, plantões intermináveis, ambulatórios, residências, pós-graduações, mestrados, doutorados, educação continuada, congressos internos e globais, merecendo de nossos pares, em todo o mundo, elogios, premiações e titulações de enaltecer todo o povo brasileiro.
Sim, o Médico e a Medicina brasileira são respeitados por sua qualidade em todo o mundo.
A ideia de estar sempre ao lado de nossa gente, sobretudo os mais necessitados, não é nova, tão pouco pertence a este ou a qualquer governo anterior.
A ideia de estar sempre ao lado de nossa gente, sobretudo os mais necessitados, não é nova, tão pouco pertence a este ou a qualquer governo anterior.
Esta ideia, seguida de ações concretas, é nossa, dos médicos brasileiros.
Foram os médicos brasileiros que criaram, pioneiramente em todo o mundo, programas como o internato rural, onde professores e pré-formandos residem em confins de nosso país, levando assistência, novos hábitos e conquistas para nossa gente.
Inúmeros programas foram criados pelos médicos e são executados Brasil afora há tempos, buscando atender regiões e populações carentes. Exemplos como o Projeto Urbi, que tive a felicidade de frequentar com o saudoso Prof. Hilton Rocha, que vencia os sertões mineiros atendendo em caravana pacientes, adultos e crianças, com problemas de visão, sendo que os casos graves eram encaminhados para resolução na capital, em hospital mantido pela equipe médica em cooperação com a sociedade.
utirões de várias especialidades, criados pelas sociedades médicas, e aqui, por força de minha área, lembro-me dos mutirões de catarata, do glaucoma, do diabetes, cortam as estradas e até os rios do país (barcos na Amazônia oferecem atendimento e mesmo cirurgias a populações ribeirinhas) minimizando as carências deste planeta múltiplo, de primeiro/ décimo mundo, chamado Brasil.
Foram os médicos brasileiros que idealizaram e que defendem diuturnamente o SUS, maior sistema público de saúde do mundo, que só não é melhor por não ter sido, até o presente momento, tratado como prioridade pelos governos.
Enfim, são os Médicos Brasileiros que enfrentam no dia a dia os ambulatórios assaltados por gangues em periferias; os hospitais sem mínimas condições, mesmo nas grandes capitais; os doentes sem solução, que de tanto tentarmos curá-los, adoecemos junto com eles; os postos de saúde nos interiores mais longínquos, sem estrutura física, sem equipamentos e medicamentos básicos e muitas vezes com ingerências políticas locais que só fazem dificultar os atendimentos.
Somado a tudo isto, enfrentamos com frequência manchetes negativas da imprensa e os riscos de processos judiciais, acusados de sermos nós os responsáveis pelas mazelas de todo o sistema de saúde.
Soluções concretas e viáveis, como a carreira de Estado para o médico no Brasil e mais recursos, com a devida melhor gestão, são projetos em tramitação na Câmara Federal, carecendo de apoio da mídia, dos governantes, dos juristas e de toda sociedade cidadã, que quer colaborar com a realização do sonho de saúde com qualidade para todos.
Nós, os médicos brasileiros, nunca abandonamos, e nunca abandonaremos nossos ideais e nossa gente.
* É médico pela UFMG, pós graduação pela Université Louis Pasteur e doutorado pela UFMG. Membro titular do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
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