Escrito por Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti*
Em recente editorial chamamos atenção para a preocupante situaão da Medicina e sua fragmentação tecidual, porque pela condição de exploração e miséria a que conduziram o médico, está cada vez mais difícil falar em ideal e unidade: em defesa das condições de trabalho, remuneração atualizações científicas. Para agravar ainda mais esse quadro temos invasão de nossas competências exclusivas em geral, com o beneplácito das autoridades sanitárias em geral, a começar pelo Ministério da Saúde, alcançando, salvo raríssimas exceções, o Judiciário. Olham para as demais profissões – ou para aqueles que exploram o trabalho dos médicos – como pobres vítimas desses algozes, reunidos numa corporação desonesta, aprofundando a crise que nos acomete, vez que a Lei não vem sendo aplicada em favor daqueles que concluíram o curso numa Faculdade de Medicina.
Pois bem, nesse cenário adverso, o médico, tanto tempo sem ordem, criando suas próprias regras, ao arrepio da Lei e do Código de Ética que desconhece, surpreendentemente, quando recebe algum esclarecimento joga na lata do lixo sem sequer abrir para ler o conteúdo. Esse mesmo médico reclama que nada fazem por eles, sem levar em consideração, por desinformação, que nunca no Brasil os Conselhos de Medicina e as demais entidades têm andado tão unidas na defesa da profissão, numa unidade nunca antes alcançada, oferecendo capacitações, organizando grupos e representações, pressionando as autoridades para reagir com zelo em defesa do que a Lei garante como de exclusiva atribuição dos médicos. Revolta-se, quando lhes chegam algumas orientações preventivas contra possíveis deslizes, enfurecem-se, e atacam aqueles que lhes cobram responsabilidade e tarefas e, principalmente, a ocupação de seu posto de trabalho para que outros, de outras profissões, não os ocupem, o que vem ocorrendo.
No último ano essa foi a situação que nos defrontamos com a revolta de médicos que, ao serem cobrados para ocupar seus postos, revoltaram-se contra aqueles que os cobravam, se levar em conta que, embora seja o Conselho o guardião do cumprimento das regras da medicina, dever de cada médico a responsabilidade de fazer cumprir essas determinações! Ora, senhores! Não estamos cobrando nada mais que aquilo que pode nos engrandecer. Com unidade e união, no lastro de nossas ações, certamente, em pouco tempo, retornaremos a medicina ao rumo histórico do respeito, credibilidade, decência remuneratória, que, de outro modo, jamais conseguiremos.
Enquanto cada qual achar que está sozinho ou apenas defendendo seus interesses particulares, nada conseguiremos. Com luta, com unidade, obteremos os resultados a que todos nós almejamos! Feliz Ano Novo para todos!
* É presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Alagoas (Cremal).
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