Escrito por Juberty Antonio de Souza*

Recentemente, foi veiculado na imprensa o resultado de uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (Jornal Midiamax, 15/04/08), considerando que o brasileiro tem má condição de saúde, o que seria explicado pelo pequeno número de médicos, estimado em 1 médico para cada 595 habitantes. Com a mesma lógica, o texto compara as diversas regiões do Brasil, exemplificando que a “melhor” média foi a do Distrito Federal, com a proporção de 1 médico para cada grupo de 292 habitantes, seguida pelo Rio de Janeiro, com um médico para 299 habitantes. A proporção nacional é a de um médico para 595 habitantes, enquanto que em nosso Estado esta proporção é de 1 médico para 725 habitantes.

Visto desta forma, as opiniões poderiam ser divergentes. Pode-se ter uma falsa impressão de que o atendimento médico é melhor no DF que em outros lugares. Ledo engano. Senão vejamos. A OMS preconiza um médico para cada mil habitantes, e isto diz respeito ao número absoluto, sem levar em consideração a distribuição regional, as especialidades e as necessidades regionais.

Considerando o número absoluto, o Brasil e o nosso estado não necessitam de mais médicos. Precisam, sim, de uma política mais eficaz que permita a interiorização da Medicina, e não apenas do médico, que disponibilize infra-estrutura capaz de atender com segurança ao paciente. Infra-estrutura esta capaz de fornecer pessoal qualificado, suporte técnico (laboratorial, e de outros exames complementares); estrutura física e material de consumo e medicamentos por um fluxo ininterrupto. Tornou-se comum atribuir aos médicos, e não ao Estado, que é o responsável pelo bem estar dos cidadãos, as deficiências da assistência. Quando há o infortúnio, o erro, o óbito, o único profissional a ser responsabilizado é o médico.. Desta forma, considerando apenas os dados crus, eles não refletem a realidade brasileira. Servem apenas para causar celeuma e revolta na população, quando esta acredita na tese falsa da falta de médicos. A assistência à saúde de uma forma geral é semelhante no Brasil. Não é a criação de novas escolas de Medicina, com a formação de mais médicos, que melhorará isto. Ao contrário, pode levar a maior concentração dos médicos nas grandes cidades, com pagamentos vis resultantes da deteriorização cada vez maior de sua imagem e do seu valor. Isso sem contar o fato de sermos considerados como os vilões da má qualidade da assistência à saúde da população.

* É médico psiquiatra e conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado do Mato Grosso do Sul (CRM-MS).

* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


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