Escrito por Ney Cavalcanti*

Apesar da grande maioria dos portadores de excesso de peso, vir ou já ter tentado se livrar desse seu problema, a obesidade continua aumentando de maneira assustadora.

Dezenas de bilhões de dólares são gastos todos os anos nas pesquisas e nas tentativas terapêuticas, dietéticas e medicamentosas dessa doença.

A globalização por outro lado democratizou a obesidade. É talvez o maior problema de saúde pública, devido às complicações que acarreta como: diabetes, hipertensão, cardiopatia etc. de um grande número de paises, ricos e pobres.

A Medicina, que ainda não conhece as causas reais da doença, transmitiu para a Sociedade, durante muito tempo a falsa idéia de que o excesso decorria de falha no caráter. Comilão, preguiçoso, sem força de vontade, com problemas emocionais graves seriam as causas do excesso de peso.

Enorme Injustiça

Esses problemas, quando existem tem igual freqüência entre os obesos e os de peso normal. Ressalte-se, que os sintomas emocionais, quando presentes, são quase sempre conseqüências da discriminação que sofrem e não a causa da doença.

O fato de se afirmar de que todo gordinho é simpático, talvez seja uma tentativa sua de que agradando os outros, seja menos discriminado.

Uma pesquisa recente realizada por uma Universidade Americana revela a profundidade do problema. Para não ter excesso de peso 5% daria um ano de vida, 15% a 30% tinham preferência a perder o companheiro, ser alcoólatra ou depressivo. E mais surpreendentemente, 5% perder um braço e 4% ficar cego.

Todo mundo é contra o excesso de peso, porque cada vez mais as pessoas engordam?

A resposta definitiva ainda é desconhecida e possivelmente valerá o premio Nobel de Medicina. As mudanças que a civilização nos trouxe são provavelmente as causas ou as maiores contribuições para o seu grande aumento. Novos hábitos introduzidos pela industrialização e a propaganda de alimentos mais calóricos e o estilo de vida cada vez com menor atividade física são alguns deles.

Como as terapêuticas atuais ainda não são capazes de resolverem a maioria dos casos, por ser muito difícil a mudança de hábitos dos adultos, o grande caminho parece ser o da prevenção . Também esta estratégia não tem tido êxito.

Nos Estados Unidos, a obesidade nos últimos anos duplicou nas crianças de 6 a 11 anos e triplicou entre 12 e 19 anos. Uma das causas que tem contribuído para isso parece ser a propaganda de alimentos não nutritivos e muitos calóricos na TV para as crianças.

Todas as mulheres que estão com sobrepeso aos 18 anos tem uma grande chance de morrerem mais cedo, como descreve o trabalho publicado na prestigiosa revista científica Annals of Internal Medicine no seu número de 18 de Julho do corrente ano.

Nesta pesquisa, foram seguidas mais de 100 mil enfermeiras que estavam com sobrepeso aos 18 anos e que teriam uma sobrevida provável entre 36 e 56 anos. Elas também fumavam, bebiam e faziam menos exercícios. Neste estudo, as que eram obesas, tinham uma probabilidade duas vezes maior de morrerem mais precocemente. As causas de morte foram: câncer,doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, entre outras.

De acordo com um recente levantamento 25 milhões de crianças e adolescentes estão obesas nos Estados Unidos e as tentativas da criação de leis, para a sua regulamentação têm sido bloqueadas pela indústria de alimentos. Afinal só o Mc Donald’s fatura 24,4 bilhões de dólares/ano.

Assim, o maior culpado pelo excesso de peso não é o paciente, mas sim a Sociedade e a Medicina.

Referência: Annals of Internal Medicine July 18, 2006; 145(2): 91-97


* As opiniões, comentários e abordagens incluidas nos artigos publicados nesta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM).


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