Dos 53.776 mil médicos matriculados nos programas de Residência Médica (PRMs), em 2019, 30.805 (57,3%) estavam em estados do Sudeste. Apenas o estado de São Paulo somava 18.236 residentes, o que equivale a 33,9% do total no País. Esta região também concentrava mais da meta[1]de dos PRMs autorizados, ou seja, 2.491 em um universo de 4.862.
A região Sul era a segunda com o maior número de médicos residentes, com 8.640 (16,1%). Somados, Sudeste e Sul reuniam praticamente três quartos dos residentes do país (73,4%). A região Nordeste, com 8.463 participantes, reunia 15,7% do total de médicos residentes. Em seguida, o Centro-Oeste, com 3.875 médicos residentes, respondia por 7,2%.
No Centro-Oeste, o Distrito Federal, com 1.697 vagas, e Goiás, com 1.159 residentes, respondiam por 73,69% das vagas. O menor número de inscritos ficava na região Norte, com 1.993 (3,7%) residentes.
Concentração – Para o representante do Conselho Federal de Medicina (CFM) na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), Anastásio Kotzias, é natural a concentração de PRMs nas regiões Sudeste e Sul, pois nelas estão os grandes centros de ensino e hospitalares.
“Para mudar essa realidade seria necessário que houvesse estímulos, como a criação de infraestrutura e formação de preceptores em outras regiões do Brasil”, afirma. Ele lembra que a CNRM avalia formas de diminuir as discrepâncias.
“Não adianta ter a vaga se a qualidade da residência for ruim e se não há perspectiva de trabalho atraente”, complementa o coordenador da Comissão de Ensino Médico do CFM, Júlio Braga.
Para ele, o governo tem o poder e o direito de direcionar as vagas de acordo com as necessidades do Sistema Único de Saúde, mas também deve oferecer condições de trabalho.